22 abr, 2022 - 15:29 • Marta Grosso
Os líderes de Espanha, Alemanha e Portugal publicaram um artigo no jornal “Le Monde”, no qual pedem aos eleitores franceses que apoiem a “liberdade, a democracia e uma Europa mais forte” votando em Emmanuel Macron na segunda volta das eleições presidenciais, que decorrem no domingo (dia 24) em França.
É muito invulgar governantes de outros países interferirem nas eleições de um Estado, mas foi isso que fizeram Pedro Sánchez, Olaf Scholz e António Costa através de uma coluna de opinião, na qual sustentam que estas não são “umas eleições como outras quaisquer”.
“Precisamos de uma França que defenda os nossos valores comuns europeus” é o título do artigo em que não se lê o nome nem de Emmanuel Macron nem da líder da extrema-direita, Marine Le Pen, pelo nome, mas em que o chanceler alemão e os primeiros-ministros espanhol e português dizem “esperar” que vença o candidato com uma visão conjunta da “França, da Europa e do mundo”.
“A Europa enfrenta uma mudança de época”, começam por escrever Costa, Sanchez e Scholz.
A acusação de Macron a Le Pen foi feita durante o (...)
Usando a invasão da Ucrânia para criticar Vladimir Putin – “quebrou a regra mais fundamental da nossa ordem de paz europeia”, numa “guerra que visa os valores que a França e os nossos países defendem: democracia, soberania, liberdade e estado de direito” – os três líderes extrapolam para “os populistas e a extrema-direita” que, “em todos os nossos países fizeram de Vladimir Putin um modelo ideológico e político”.
“Eles copiaram os seus ataques às minorias e à diversidade. Compartilham o seu sonho de uma nação uniforme. Não devemos esquecer isso, mesmo que esses políticos hoje tentem se distanciar do agressor russo”, avisam.
Entrevista a Paul Mason
Na segunda volta das presidenciais francesas não e(...)
A votação de domingo, defendem, é uma escolha entre “um candidato democrático que acredita que França é mais forte numa UE poderosa e autónoma, e um candidato de extrema-direita que abertamente está do lado daqueles que atacam nossa liberdade e nossa democracia”.
No entender destes três dirigentes europeus, a União Europeia precisa de uma França que permaneça “no coração do projeto europeu” e “defensora dos nossos valores comuns” numa “Europa forte e generosa”.
“Esperamos que os cidadãos da República Francesa escolham” esse candidato.
Marine Le Pen é uma assumida eurocética, enquanto Emmanuel Macron um defensor da Europa e do projeto europeu. A dois dias da segunda volta das eleições, as sondagens dão vantagem ao atual Presidente francês.
Da Capa à Contracapa
A poucos dias das Eleições Presidenciais Francesas(...)