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Reunião em Moscovo

Guterres propõe "grupo de contacto humanitário" e quer investigação a crimes de guerra

26 abr, 2022 - 12:45 • Ricardo Vieira

"Estou em Moscovo como mensageiro da paz". Secretário-geral das Nações Unidas falava após um encontro com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

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O secretário-geral das Nações Unidas propõe a criação de um "grupo de contacto humanitário" entre Rússia, Ucrânia e ONU, para permitir corredores humanitários seguros.

António Guterres falava esta terça-feira, em Moscovo, após um encontro com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

É urgente criar corredores humanitários que sejam verdadeiramente seguros e eficazes e que sejam respeitados por todos e que permitam fazer chegar a assistência tão necessária”, referiu António Guterres, em conferência de imprensa.

“Para esse objetivo, propus o estabelecimento de um grupo de contacto humanitário que reúna a Federação Russa, a Ucrânia, as Nações Unidas para se procurarem oportunidades para a criação de corredores seguros com cessão local das hostilidades e para garantir que são de facto eficazes”, sublinhou.

O secretário-geral alerta que "há uma crise humanitária em Mariupol" e "milhares de civis precisam de ajuda” imediata.

"As Nações Unidas estão prontas a mobilizar os seus recursos humanos e logísticos para ajudar a salvar vidas em Mariupol. A minha proposta é que haja uma coordenação entre as Nações Unidas, o Comité da Cruz Vermelha, a Rússia e a Ucrânia para permitir uma evacuação segura dos civis que queiram sair, os que estão na cidade e na fábrica de Azostal”, declarou.

No final da reunião com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, em Moscovo, António Guterres disse também estar "preocupado com as denúncias de violações do direito internacional e de possíveis crimes de guerra, e é preciso uma investigação independente para uma responsabilização efetiva”.

António Guterres diz que está em Moscovo "como mensageiro da paz" e garante que a sua "agenda está estritamente relacionada com salvar vidas e aliviar o sofrimento".

"Tive uma discussão muito franca com o senhor ministro russo dos Negócios Estrangeiros e ficou claro que há duas posições diferentes sobre o que está a acontecer na Ucrânia. De acordo com a Federação Russa, o que está a acontecer é uma operação militar especial, com os objetivos já anunciados. De acordo com as Nações Unidas e com a resolução da assembleia-geral, a violação da Ucrânia é uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, afirmou.

“Mas estou profundamente convicto que quanto mais depressa acabarmos esta guerra melhor, melhor para o povo da Ucrânia, para o povo da Rússia e para os outros que estão fora dos dois países”, apelou António Guterres.

Para esta tarde está agendada uma reunião entre Guterres e o Presidente russo, Vladimir Putin.

Lavrov acusa ONU de violar a Carta das Nações Unidas

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros voltou a justificar, no final da reunião com António Guterres, a decisão de invadir a Ucrânia e acusou a ONU de violar a Carta das Nações Unidas.

Sergei Lavrov considera que a ONU tem violado "as regras elementares" da Carta das Nações Unidas durante a guerra na Ucrânia.

Ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, Lavrov afirmou que é "muito cedo" para se falar em mediação no conflito.

"A Ucrânia tem sido usada nos últimos anos como plataforma de irritação e dissuasão do nosso país. Foi aprovada na Ucrânia legislação que proíbe tudo o que seja russo, a língua, os media, a cultura, há uma promoção da teoria nazi e da prática nazi", declarou Sergei Lavrov.

O chefe da diplomacia de Moscovo espera que a ronda de negociações permita criar condições para aliviar o sofrimento dos civis apanhados no meio da guerra na Ucrânia e garante que a Rússia está "pronta a cooperar".

"O nosso principal objetivo é proteger as populações civis", frisou.

Sergei Lavrov diz que é favorável a uma solução negocial para a guerra, mas critica o envio de armamento para a Ucrânia por parte dos países ocidentais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros diz que a Rússia ainda aguarda uma resposta de Kiev à proposta de acordo de paz.

Comentários
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  • EU
    26 abr, 2022 PORTUGAL 13:14
    Oh Senhor Lavrov, quem MANDA em sua casa? É o Senhor ou é o VIZINHO? Contínuo a perguntar, se são MEIA DÚZIA de nazis, porquê destruir o que é de MILHÕES? Se são MEIA DÚZIA de nazis, porquê matar MILHARES de inocentes e principalmente Crianças indefesas? A sua mentalidade é igual ou PIOR a esses que os RUSSOS querem liquidar. Apanhem-os à mão DESARMADA e aí mostrarão ao MUNDO que são VERDADEIROS naquilo que alegam. Assim, continuarão a ser uns SANGUINÁRIOS.

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