27 abr, 2022 - 13:58 • Lusa
A exigência de pagamento de gás russo em rublos por Moscovo levou 10 compradores europeus de gás a abrirem contas na Gazprombank, sendo que quatro já pagaram fornecimentos na moeda russa, segundo fonte da gigante Gazprom.
A informação foi dada à Bloomberg por uma fonte anónima da Gazprom, depois de a empresa ter anunciado a suspensão total do fornecimento de gás à búlgara Bulgagraz e à polaca PGNiG por não terem pagado em rublos até terça-feira.
A fonte não especificou quais foram estes compradores.
Entretanto, a empresa de gás polaca PGNiG já confirmou a suspensão do fornecimento de gás natural pela Gazprom.
"A situação não afeta o fornecimento atual aos clientes do PGNiG que estão a receber combustível conforme solicitado", afirmou a empresa em comunicado.
A petrolífera estatal russa Gazprom já tinha avançado com a suspensão do fornecimento de gás à Bulgária a partir de hoje, no mesmo dia em que o primeiro-ministro búlgaro tem previsto um encontro com o Presidente da Ucrânia, em Kiev.
A Bulgária juntou-se assim à Polónia, que também tinha anunciado que a Rússia iria interromper o fornecimento de gás a partir de hoje perante a recusa em fazer os pagamentos em rublos, como exige a administração da Gazprom, controlada por Moscovo.
No final de março, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que os clientes estrangeiros da Gazprom, "hostis à Federação Russa", deveriam pagar o gás importado em rublos, mas a maioria dos países da União Europeia, incluindo a Polónia e a Alemanha, não aceitou essa exigência.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já assegurou que Bruxelas tem planos de contingência para contornar os cortes de gás da Rússia, sublinhando que a decisão "constitui um instrumento de chantagem".
Em resposta a Von der Leyen, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou que o corte do fornecimento a Polónia e Bulgária "não é um instrumento de chantagem".
Os dois países atingidos - a Polónia e a Bulgária - garantiram hoje que conseguem continuar a fornecer gás aos consumidores, assegurando que têm fornecedores alternativos, mas admitindo também que contam com a ajuda da União Europeia.
A guerra na Ucrânia já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, ainda de acordo com a organização.