28 abr, 2022 - 09:16 • José Pedro Frazão , Celso Paiva Sol
António Guterres mostra-se chocado com o que já viu na Ucrânia e diz que não há qualquer justificação para a guerra. “É absurda”.
“Vejo aqueles edifícios destruídos e imagino a minha família numa daquelas casas que estão agora destruídas. Vejo as minhas netas a correr em pânico, com parte da família eventualmente morta. A guerra é um absurdo no século XXI. A guerra é má. Não há forma de aceitar uma guerra no seculo XXI. Olhem para estes edifícios”, comentou aos jornalistas, nesta manhã de quinta-feira, durante a visita a Borodyanka, próximo de Kiev.
Em Borodyanka, no Noroeste de Kiev, são visíveis os danos e destruição causada pelos ataques aéreos e bombardeios da Rússia.
“Não há forma de aceitar uma guerra no seculo XXI”
O secretário-geral das Nações Unidas dirigiu-se depois para Bucha – um “local horrendo”, que faz “sentir o quão importante é fazer uma investigação completa e apurar responsabilidades”.
“Apoio totalmente o Tribunal Penal Internacional e apelo à federação russa que aceite cooperar com o TPI. Mas quando falamos de crimes de guerra não podemos esquecer que o pior dos crimes é a própria guerra”, acrescentou Guterres.
"O pior dos crimes é a própria guerra"
Já em Irpin, o local visitado em seguida, o mais alto representante da ONU sublinhou que, em qualquer guerra, quem paga o preço mais elevado são os civis.
“É um cenário horrível, que demonstra algo que é verdade: são os civis, inocentes, que vivam nestes edifícios que pagam o preço mais alto por uma guerra para a qual não contribuíram”, afirmou.
"São os civis, inocentes, que pagam o preço mais alto".
Bucha e Irpin foram palcos de alegados crimes de guerra e tornaram-se símbolo de algumas das maiores atrocidades cometidas desde a invasão russa, em 24 de fevereiro.
António Guterres ruma agora a Kiev, onde, nesta tarde, tem encontro marcado com o Presidente ucraniano, Volodomyr Zelenskiy, em Kiev. A reunião ocorre depois de, na terça-feira, o chefe das Nações Unidas ter estado em Moscovo com o líder russo, Vladimir Putin.
Questionado pela Renascença, à chegada a Kiev, se (...)