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NATO. Suécia e Finlândia serão recebidas “de braços abertos”

28 abr, 2022 - 12:03 • Marta Grosso com Lusa

A garantia é dada pelo secretário-geral da Aliança, no Parlamento Europeu.

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A Suécia e a Finlândia serão muito bem-vindas à NATO, caso se candidatem, afirmou Jens Stoltenberg nesta quinta-feira, em Bruxelas.

“Se decidirem candidatar-se, a Finlândia e a Suécia serão bem-vindas, de braços abertos, à NATO. A Finlândia e a Suécia são os nossos parceiros mais próximos. São democracias fortes e maduras, membros da União Europeia e temos trabalhado com a Finlândia e a Suécia desde há muitos anos”, afirmou o secretário-geral da Aliança Atlântica aos jornalistas, à entrada para o Parlamento Europeu, onde se encontrou com os líderes partidários e a presidente, Roberta Metsola.

“Sabemos que as suas forças armadas cumprem os padrões da NATO”, acrescentou, lembrando ainda que os militares suecos e finlandeses têm treinado com as forças da NATO e “já trabalhámos juntos em muitas missões e operações”.

Nesse sentido, Stoltenberg acredita que um eventual processo de adesão "seja rápido" e que Finlândia e Suécia "possam juntar-se à NATO assim que o processo formal for finalizado".

"Assim que tomarmos a decisão de os convidar, isso enviará uma mensagem política forte – a de que a segurança de Finlândia e Suécia importa a todos os aliados da NATO. E estou também certo de que conseguiremos encontrar as disposições necessárias para o período intercalar entre a apresentação das candidaturas e a ratificação formal finalizada por todos os 30 parlamentos", disse, referindo-se às preocupações de Helsínquia e Estocolmo face a eventuais atos agressivos da Rússia, caso decidam aderir à Aliança e antes de a adesão se concretizar.

O secretário-geral da NATO e o Presidente finlandês poderão encontrar-se ainda nesta quinta-feira, numa reunião em que Stoltenberg espera discutir uma potencial candidatura, "mas também a necessidade de arranjar soluções para o período transitório, de modo a não haver incertezas sobre o direito de Finlândia e Suécia de escolherem o seu próprio caminho".

"Porque isto é fundamentalmente sobre o direito de cada nação na Europa decidir o seu próprio futuro. Por isso, quando a Rússia tenta ameaçar e intimidar a Finlândia e a Suécia para que não se candidatem, só demonstra como a Rússia não está a respeitar o direito básico de cada nação de escolher o seu próprio caminho", disse.

"Estamos em diálogo com Finlândia e Suécia. A decisão pertence-lhes, mas se decidirem candidatar-se, serão bem recebidas e espero que o processo seja rápido", resumiu.

Portugal apoio adesão

Já este mês, Portugal expressou o seu apoio a uma eventual adesão dos dois países, durante uma reunião de chefes de diplomacia da Aliança Atlântica, em Bruxelas, em 6 de abril.

"Portugal tem uma relação muito próxima, muito amistosa com a Finlândia e a Suécia. São ambos Estado-membros da União Europeia, trabalhamos em estreita ligação com a Finlândia e a Suécia", disse o ministro.

João Gomes Cravinho salientou que "há um debate interno na Finlândia e na Suécia sobre essa questão e Portugal não quer de forma alguma interferir naquilo que é o debate interno".

"Mas a proximidade que nós temos com esses países é o suficiente para indicar que nós nunca seremos um obstáculo àquilo que eles decidirem em relação à sua própria segurança", concluiu.

Segundo a imprensa sueca e finlandesa, o pedido de adesão deverá acontecer no final de maio e será feito em simultâneo. Ainda assim, o processo na Finlândia está mais avançado do que na Suécia.

Guerra precipitou candidatura

O Parlamento finlandês iniciou, em 20 de abril, o debate sobre a adesão, depois de a invasão da Ucrânia provocar um aumento do apoio político e da opinião pública à entrada do país na aliança militar. A primeira-ministra social-democrata, Sanna Marin, que lidera uma coligação de centro-esquerda formada por cinco partidos, e o Presidente Sauli Niinisto têm visitado diferentes países membros da NATO, garantindo apoio para uma possível candidatura.

O Governo da Suécia também decidiu rever a sua política de segurança e deverá divulgar o novo plano antes do final de maio. A primeira-ministra, Magdalena Andersson, disse que quer esperar o resultado da revisão antes de tomar qualquer decisão.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, na madrugada de 24 de fevereiro, suscitou preocupações nos dois países nórdicos e revelou-se um ponto de viragem ao levar a Finlândia e a Suécia a considerar um pedido de adesão à Aliança Atlântica, um cenário que levou Moscovo a ameaçar os dois países – com os quais tem fronteiras e que mantiveram até agora uma política de neutralidade militar – com "graves consequências político-militares".

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) é uma aliança de 30 países unidos por um acordo de "defesa coletiva", cujo artigo 5.º prevê que um ataque a um dos membros seja considerado um ataque a todos.

A adesão à Aliança Atlântica colocará a Suécia e a Finlândia sob a égide do artigo 5º que fornece uma garantia coletiva contra qualquer agressão externa, exigindo que cada nação tome as medidas necessárias, incluindo o uso de forças armadas, para restaurar e manter a segurança da área de todos os países aliados.

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  • Cidadao
    28 abr, 2022 Lisboa 13:10
    No tal período transitório entre o pedido de Adesão e a adesão formal, nada como uns "exercícios militares conjuntos" com tropas NATO e/ou dos EUA, de grande envergadura, para fazer com que o Putin meta a retórica ameaçadora sabemos todos onde - até porque se ao fim de 2 meses não conseguiu liquidar a Ucrânia, o que será do exército Russo a combater em várias frentes e contra tropas da NATO? E se a Rússia instalar as tais baterias de misseis nucleares táticos... é fazer o mesmo, apontados para eles. Putin sempre a perder: embarcou numa aventura perigosa e os ganhos são poucos ou nenhuns, mas as perdas vão ser severas. É como já disse: dentro de 5-8 anos, a Rússia é uma colónia económica da China.

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