01 mai, 2022 - 15:29 • Lusa
O Ministério da Defesa russo anunciou hoje que quase meia centena de civis foram retirados no sábado do reduto da fábrica Azovstal em Mariupol, porto no sudeste da Ucrânia e que está cercado pelas tropas russas.
"No sábado, após o estabelecimento de um cessar-fogo e da abertura de um corredor humanitário, dois grupos de civis deixaram os prédios residenciais adjacentes ao território da Fábrica Metalúrgica Azovstal", referiu o Ministério da Defesa russo no Telegram.
Segundo o ministério russo, durante a tarde de sábado, 25 civis saíram do local e, ao início da noite, um segundo grupo formado por 21 pessoas abandonou também a unidade metalúrgica, sendo transportados para Bezimenoye", uma cidade a leste de Mariupol, a meio caminho entre esta cidade portuária e a fronteira russa.
"Todos os civis receberam alojamento, alimentação e assistência médica necessária", garantiram as autoridades russas, que não especificam a localidade para onde foi levado o primeiro grupo de 25 pessoas.
Num vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa russo é possível observar uma fila de automóveis e autocarros a movimentar-se no escuro, adornado com a letra "Z", letra que se tornou o símbolo das forças armadas russas durante a invasão da Ucrânia.
No sábado, soldados ucranianos que guardavam a fábrica de Azovstal indicaram que 20 civis, incluindo crianças, haviam sido retirados, estimando-se que fossem em direção a Zaporijjia, um território controlado pelas forças ucranianas.
Na fábrica de Azovstal há cerca de mil civis refugiados, juntamente com cerca de 2.000 soldados ucranianos que ainda resistem aos bombardeamentos russos, havendo ainda a registar cerca de 500 feridos entre as pessoas que ali estão refugiadas.
A Rússia deu a cidade de Mariupol como "libertada" e começou a enviar tropas de Mariupol para a região de Donbass, no leste do país, de acordo com as informações veiculadas pelo Estado-Maior da Ucrânia e confirmadas também pelo Pentágono.
O Presidente russo decretou que a fábrica não deveria ser atacada, mas disse que o bloqueio às instalações teria de ser rígido ao ponto de "nem uma mosca conseguir sair".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,4 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.