03 mai, 2022 - 12:57 • Diogo Camilo Lusa
O predidente da autarquia ucraniana de Mariupol, Vadym Boichenko, acusou esta terça-feira as tropas russas de impedirem a retirada de cerca de dois mil civis da cidade.
Até agora, apenas três dos 14 autocarros planeados para a operação das Nações Unidas e Cruz Vermelha conseguiram chegar a território sob o controlo da Ucrânia.
Entre os retidos está o primeiro grupo a ter saído do complexo metalúrgico de Azovstal, que se encontra atualmente na cidade costeira de Berdiansk, já a cerca de 85 quilómetros de Mariupol, mas ainda a mais de 200 quilómetros do destino final: Zaporíjia.
“Esperávamos que hoje a retirada ocorresse perto de Berdyansk. Mas as tropas russas estão a destruir os nossos planos e não permitem que os nossos cidadãos cheguem a Zaporijia”, disse Boichenko em declarações às televisões ucranianas, citado pela agência "Ukrinform".
Guerra na Ucrânia
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No domingo, um primeiro comboio com cerca de 100 civis chegou a Zaporijia, mas vários milhares ficaram a meio do caminho sem conseguir chegar àquela cidade. Para hoje foram acordados novos corredores humanitários, mas até agora apenas três dos 14 autocarros planeados para esta operação conseguiram chegar ao território sob controlo ucraniano, segundo o autarca de Mariupol.
Entre Mariupol e Zaporijia, são 220 quilómetros, mas a viagem inclui passagens por Berdyansk, Tokmak e Vasylivka. Na cidade portuária, as últimas tropas ucranianas continuam a resistir no grande complexo formado pela siderúrgica Azovstal, onde também permanecem grupos de civis à espera de serem retirados.
Segundo Boichenko, mais de 200 civis estão ainda escondidos na zona de Azovstal à espera de serem resgatados.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.