03 mai, 2022 - 20:17 • Lusa
A Eslováquia e a Hungria disseram esta terça-feira que não apoiarão sanções contra a energia russa que a União Europeia (UE) está a preparar, alegando que estão demasiado dependentes dela e que não têm alternativas.
A Comissão Europeia elaborou novas propostas de sanções contra Moscovo, por causa da invasão da Ucrânia, que podem incluir um embargo gradual ao petróleo russo, que os 27 países membros começarão a discutir na quarta-feira.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, escreveu na rede social Twitter que a Comissão Europeia quer atingir mais bancos, atacar os responsáveis de espalhar desinformação sobre a guerra na Ucrânia e "atacar as importações de petróleo".
Em resposta, o ministro da Economia da Eslováquia, Richard Sulik, explicou que a única refinaria do país, a Slovnaft, não pode mudar imediatamente do petróleo russo para outro tipo de petróleo.
A Eslováquia está quase totalmente dependente do petróleo russo que recebe através do oleoduto Druzhba da era soviética.
A Hungria também é altamente dependente da energia russa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, já disse que o seu país não aprovará qualquer sanção "que torne impossível o transporte de gás natural ou petróleo da Rússia para a Hungria".
"Atualmente, é fisicamente impossível para a Hungria e para a sua economia funcionar sem o petróleo russo", explicou Szijjarto.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, desenvolveu a reputação de aliado mais próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, na UE e manteve profundos laços diplomáticos e económicos com Moscovo.
Apesar do desacordo entre os membros da UE sobre novas sanções energéticas, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, prometeu "quebrar a máquina de guerra russa", afastando os países do continente do fornecimento de gás natural da Rússia.
"Também estamos a sancionar a Rússia para colocar pressão financeira, económica e política sobre o Kremlin, porque o nosso objetivo é simples: temos de quebrar a máquina de guerra russa", disse Michel.
O gás natural que chega por navio está a tornar-se cada vez mais importante, à medida que os países da UE procuram afastar-se da energia russa.
Na semana passada, a Rússia cortou o gás natural à Bulgária e à Polónia, na sequência de uma exigência de garantia de pagamento em rublos.