08 mai, 2022 - 12:05 • Marta Grosso
Neste que é o dia da celebração da memória das vítimas da Segunda Guerra Mundial, o Presidente da Ucrânia publicou uma mensagem e um vídeo a preto e branco, em que lamenta que a paz no país tenha durado menos de um século.
Vestindo uma camisola na qual se lê “Ucrânia”, Volodomyr Zelenskiy fala neste 8 de maio com a esperança de que, de novo, todos se possam voltar a encontrar numa Ucrânia livre.
E diz acreditar que, nas cidades agora ocupadas, a bandeira ucrania voltará a ser hasteada em sinal de paz.
Nunca mais, diz Zelensky, sonhos a preto e branco – só um sonho a azul e amarelo.
“A primavera pode ser preto e branco? Existe fevereiro eterno? As palavras de ouro são desvalorizadas? Infelizmente, a Ucrânia sabe as respostas para todas essas perguntas. Infelizmente, as respostas são ‘sim’”, afirma o Presidente ucraniano.
“Todos os anos, no dia 8 de maio, juntamente com todo o mundo civilizado, homenageamos todos os que defenderam o planeta do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Milhões de vidas perdidas, destinos aleijados, almas torturadas e milhões de razões para dizer ao mal: nunca mais!”
Mas, “este ano dizemos ‘Nunca mais’ de forma diferente. Ouvimos ‘Nunca mais’ de forma diferente. Parece doloroso, cruel. Sem exclamação, mas com ponto de interrogação. Diz nunca mais? Diga isso à Ucrânia. Em 24 de fevereiro, a palavra ‘nunca’ foi apagada. Baleada e bombardeada. Por centenas de mísseis às 4 da manhã, que acordaram toda a Ucrânia. Ouvimos explosões terríveis. Ouvimos: ‘outra vez’!”, afirma ainda.
O Presidente ucraniano deixa também um agradecimento eterno aos que lutaram contra o nazismo e lembra os que foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial.
E compara as duas realidades: durante dois anos de ocupação nazi em Mariupol, morreram 10 mil civis; nos últimos dois meses de ocupação da Rússia, morreram na mesma cidade 20 mil pessoas.
Este domingo começou com sirenes por toda a Ucrânia. Os bombardeamentos foram feitos durante a noite e incluíram uma escola onde estavam abrigados vários civis.
Odessa é a mais fustigada nas últimas horas por ataques massivos de mísseis da Rússia.