08 mai, 2022 - 10:55 • Lusa
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) adverte neste domingo que mais de 6,5 milhões de crianças na Síria precisam de assistência. É o número mais elevado registado desde o início do conflito no país árabe, em 2011.
"Milhões de crianças continuam a viver com medo, necessidades e incerteza na Síria e nos países vizinhos. Mais de 6,5 milhões de crianças na Síria precisam de assistência, o número mais elevado jamais registado desde o início da crise, há mais de 11 anos", disse a agência das Nações Unidas num comunicado.
"A crise na Síria está longe de ter terminado. Só nos primeiros três meses deste ano, 213 crianças morreram ou ficaram feridas. Desde o início da crise, em 2011, mais de 13.000 crianças morreram ou ficaram feridas", disse a Unicef com base nas suas estimativas.
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O aviso surge na véspera de uma conferência de doadores em Bruxelas, organizada pela União Europeia (UE) para a Síria, durante a qual se receia que o desvio de atenção para a guerra na Ucrânia possa minar o financiamento.
"Os preços dos fornecimentos básicos, incluindo alimentos, estão a subir em flecha, em parte como resultado da crise na Ucrânia", lê-se no comunicado.
Além disso, a agência das Nações Unidas afirmou ter recebido apenas menos de metade das suas necessidades de financiamento para este ano.
"Das nossas necessidades para chegar às crianças e famílias afetadas pela crise na Síria, precisamos urgentemente de quase 20 milhões de dólares para operações transfronteiriças, a única salvação para quase um milhão de crianças no noroeste da Síria", disse, referindo-se à região de Idlib e Alepo ocidental, considerada o último bastião de oposição ao Presidente sírio, Bashar al-Assad.
Desde o início das revoltas populares contra o Governo de Al Assad em março de 2011, cerca de 610.000 pessoas morreram na Síria, incluindo cerca de 161.000 civis, dos quais mais de 25.000 eram crianças, afirmou em março passado a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Investigadores desta ONG documentaram durante dez (...)