10 mai, 2022 - 16:04 • Lusa
Sessenta pessoas foram mortas por elefantes, desde o início de 2022, no Zimbabué, onde este mamífero terrestre tem uma das poucas populações em crescimento, disse esta terça-feira um porta-voz do governo.
Com 100 mil exemplares, o Zimbabué tem a segunda maior população de elefantes do mundo, depois do Botsuana, representando cerca de um quarto dos elefantes em África.
Ao contrário de outros países, onde os caçadores furtivos exterminaram estes mamíferos para o comércio do marfim, a população de elefantes do Zimbabué está a crescer 5% ao ano.
"Em algumas áreas, os elefantes movimentam-se em vastos rebanhos. Devoraram tudo nos campos e estão agora a avançar para propriedades, forçando as pessoas a ripostar e até mesmo a ferir elefantes", escreveu na rede social Twitter o porta-voz do Governo, Nick Mangwana.
“Precisamos de acabar urgentemente com a caça furt(...)
"Os elefantes feridos tornam-se agressivos e incontroláveis", disse Mangwana. "A questão do conflito entre o homem e a vida selvagem tornou-se muito sensível. Só este ano, 60 zimbabueanos foram mortos por elefantes e 50 ficaram feridos", acrescentou.
Mangwana disse que os elefantes mataram 72 pessoas em 2021 e que começaram a vaguear fora das reservas.
Tinashe Farawo, da Autoridade de Gestão de Parques e Fauna Bravia do Zimbabué, citado pela agência France-Presse, referiu que há a "probabilidade de haver um desastre, caso a população [de elefantes] não seja reduzida".
"É provável que a ameaça aumente durante a estação seca, quando se deslocarem em busca de água e comida", observou, salientando que tinham sido destacados guardas-florestais para remover os elefantes mais perigosos.
Os peritos dizem que o Zimbabué tem potencial para uma população de 45.000 elefantes, que necessitam de grandes áreas de pastagem.