12 mai, 2022 - 16:53 • Ricardo Vieira, com agências
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O conselho dos direitos humanos da ONU aprovou, esta quinta-feira, a investigação de alegados abusos cometidos por militares russos durante a guerra na Ucrânia.
A moção foi aprovada com 33 votos a favor, 12 abstenções e os votos contra da China e da Eritreia.
Numa sessão de emergência realizada em Genebra, na Suíça, o conselho dos direitos humanos das Nações Unidas ouviu acusações de crimes de guerra, como execuções de civis, violações, tortura e desaparecimentos forçados.
A Rússia foi suspensa recentemente do conselho dos direitos humanos das Nações Unidas e optou por não integrar aquele órgão como observador.
Na quarta-feira, a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, anunciou que um comandante do exército russo capturado será o primeiro membro das Forças Armadas de Moscovo a ser julgado por crimes de guerra em território ucraniano.
Renascença na Ucrânia
Campos agrícolas minados, restos de mísseis no mei(...)
Vadim Shishimarin, comandante da unidade 32010 da 4.ª Divisão Blindada da Guarda Kantemirovskaya, da região de Moscovo, sentar-se-á no banco dos réus pelo alegado assassínio de um civil na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, escreveu a procuradora-geral na sua conta da rede social Facebook.
Segundo a investigação do Ministério Público, a 28 de fevereiro, Shishimarin, de 21 anos, matou um homem desarmado que seguia de bicicleta pela estrada na localidade de Chupajivka.
A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas de suas casas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 5,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que pelo menos 3.496 civis morreram e 3.760 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.