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Dia 79. Rússia apaga a luz à Finlândia, e Ucrânia já fala de fim da guerra até ao fim do ano

13 mai, 2022 - 19:45 • João Carlos Malta

Kiev pediu aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos G7 que confisquem os bens dos russos para a reconstrução da Ucrânia.

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O dia 79 de guerra na Ucrânia ficou marcado pela notícia de que a Rússia vai deixar de fornecer energia elétrica à Finlândia a partir de sábado, avança a agência AFP.

A fornecedor de eletricidade, RAO Nordic Oy, que detém a empresa russa InterRAO, fez saber esta sexta-feira que o fornecimento vai ser interrompido amanhã.

Trata-se de uma medida de retaliação de Moscovo contra o anúncio de que a Finlândia se prepara para avançar com um pedido de adesão à NATO.

Entretanto, o chefe das secretas ucranianas, o major-general Kyrylo Budanov, diz que a guerra com a Rússia está a correr tão bem que acredita que terá um ponto de inversão meados de agosto e terminará até o final do ano.

É a previsão mais precisa e otimista de um alto funcionário ucraniano até ao momento.

Em entrevista exclusiva à britânica Sky News, o major-general Budanov, de 36 anos, disse também que um golpe para remover Vladimir Putin já está em andamento na Rússia e que o líder russo está gravemente doente com cancro.

Numa altura em que o investimento de guerra na Ucrânia já vai em vários milhares e milhões de euros, Kiev pediu aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos G7 que confisquem os bens dos russos para a reconstrução da Ucrânia.

Os líderes do G7 estão reunidos na Alemanha para discutir a guerra na Ucrânia e seu impacto. Na opinião do ministro francês, os líderes internacionais precisam de se preparar para um conflito duradouro e considerar o seu impacto de longo prazo na segurança alimentar.

Da parte do Reino Unido, o chefe da diplomacia instou os líderes mundiais a pressionar o Presidente russo, Vladimir Putin, com novas sanções e mais armas à Ucrânia.

Na Rússia, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo acusou a União Europeia de se ter tornado um "ator agressivo e belicoso", na sequência da guerra na Ucrânia.

"A UE passou de uma plataforma económica construtiva, tal como foi criada, a um ator agressivo e belicoso que já mostra as suas ambições muito para além do continente europeu", disse Serguei Lavrov numa conferência de imprensa em Dushanbe, a capital do Tajiquistão, citado pelas agências francesa AFP e espanhola EFE.

A este respeito, manifestou "sérias dúvidas" de que o desejo da Ucrânia de se tornar rapidamente Estado-membro da UE seja inofensivo.

Isto numa altura em que a Comissão Europeia apresentou um plano de ação para criar "corredores solidários" que permitam à Ucrânia exportar os seus cereais, mas também importar mercadorias, desde ajuda humanitária a alimentos para animais e fertilizantes.

"Vinte milhões de toneladas de cereais têm de sair da Ucrânia em menos de três meses, utilizando as infraestruturas de transportes da UE. Trata-se de um desafio gigantesco, pelo que é essencial coordenar e otimizar as cadeias logísticas, criar novas rotas e evitar, tanto quanto possível, estrangulamentos", afirma Adina Vălean, comissária europeia responsável pelos Transportes, em comunicado.

Em tempos normais, 75% da produção de cereais da Ucrânia é exportada, Antes da guerra, 90% das exportações de cereais e oleaginosas transitavam pelos portos ucranianos do mar Negro, agora ameaçados.

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