13 mai, 2022 - 17:18 • Ricardo Vieira, com agências
A Rússia vai deixar de fornecer energia elétrica à Finlândia a partir de sábado, avança a agência AFP.
A fornecedor de eletricidade, RAO Nordic Oy, que detém a empresa russa InterRAO, fez saber esta sexta-feira que o fornecimento vai ser interrompido amanhã.
Trata-se de uma medida de retaliação de Moscovo contra o anúncio de que a Finlândia se prepara para avançar com um pedido de adesão à NATO.
A RAO Nordic Oy, com sede em Helsínquia, não recebe pagamentos pela eletricidade fornecida à Finlândia desde 6 de maio, disse o grupo em comunicado, alegando a falta de meios financeiros para continuar a receber eletricidade importada da Rússia.
O ministro português dos Negócios Estrangeiros manifestou esta sexta-feira apoio à entrada na Aliança Atlântica do país escandinavo, que faz fronteira com a Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia.
"A NATO integra 30 Estados soberanos, que adotam individualmente as suas decisões. No entanto, na minha experiência de discussões na NATO, nunca houve dificuldades sobre a ideia de a Finlândia ou Suécia aderirem", disse João Gomes Cravinho, em declarações conjuntas com o seu homólogo finlandês Pekka Haavisto, no final da sua visita oficial de um dia a Helsínquia.
"Estou confiante que será um processo que vai decorrer rapidamente e com naturalidade no futuro próximo", acrescentou Gomes Cravinho, após manifestar a esperança numa solução consensual nos processos de adesão, que incluem diversas fases.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, manifestou hoje a sua hostilidade à adesão da Finlândia e Suécia à NATO, e que arrisca bloquear o conjunto do processo que requer a unicidade dos membros da Aliança Atlântica.
"Estamos a seguir cuidadosamente os desenvolvimentos relativos à Suécia e Finlândia, mas não somos de opinião favorável", disse Recep Tayyip Erdogan aos jornalistas em Istambul.
A Finlândia deverá tornar oficial a sua decisão no domingo, mas o seu Presidente, Sauli Niinistö, e a primeira-ministra, Sanna Marin, já disseram que apoiam a adesão à aliança "sem demora".
Em reação, a Rússia avisou a Finlândia de que será forçada a tomar medidas de retaliação, "tanto técnico-militares como outras", se o país aderir à NATO.
A Rússia partilha 1.340 quilómetros de fronteira terrestre com a Finlândia e uma fronteira marítima com a Suécia.
Antes da invasão da Ucrânia, a Rússia exigiu à NATO a proibição da entrada do país vizinho na organização e o recuo de tropas e armamento dos aliados para as posições de 1997, antes do alargamento a leste.