20 mai, 2022 - 10:05 • Redação com agências
O primeiro-ministro português voltou a condenar "a invasão ilegal" da Rússia a Ucrânia em Varsóvia, onde se encontrou com o homólogo polaco, Mateusz Morawiecki. Na mesma altura, anunciou ajuda humanitária à Polónia.
"Queria expressar a total disponibilidade em apoiar a Polónia no seu esforço de resposta aos refugiados ucranianos”, disse António Costa, explicando que Portugal vai fornecer "apoio material seja de casas pré-fabricadas, modulares, bens alimentares, produtos farmacêuticos e calçado".
Bens que possam ser comprados em Portugal e cedidos "à Polónia até um montante máximo de 50 milhões de euros", precisou o chefe de Governo que está de visita a Varsóvia. "São os fundos que temos disponíveis", explicou.
Esta sexta-feira, defendeu ainda que a transição energética tem de ser prioritária para reduzir dependência de gás russo e que a melhor forma de a União Europeia ajudar a Ucrânia é manter a união contra a Rússia.
O primeiro-ministro português assinalou que Portugal tem condições para contribuir para uma autonomia energética da Europa e pediu que sejam feitos investimentos nas interconexões europeias. "Temos condições para contribuir para uma autonomia energética da Europa. É por isso prioritário o investimento nas interconexões entre Portugal e Espanha e entre Espanha e o resto da Europa, não só para fornecer gás natural com origem nos Estados Unidos, na Nigéria, Trinidad e Tobago e outras origens, mas também no futuro para a capacidade que temos de produção de hidrogénio verde a abaixo custo beneficiando do preço extraordinariamente baixo que temos na produção de energia solar.”
Admitindo que esta é uma solução "a quatro anos", o chefe de Governo português sublinhou que no curto prazo a solução pode passar por Sines.
Referiu ainda que reconhece a Ucrânia como família e que “vivemos, infelizmente, uma situação dramática fruto da invasão ilegal e da guerra bárbara que a Rússia vem desenvolvendo”.
A Polónia está interessada em cooperar com Portugal no potencial transbordo de Gás Natural Liquefeito (GNL).
“A Polónia está a tornar-se um ‘hub’ de gás, por isso se pudéssemos obter gás adicional (...) estaríamos muito interessados neste tipo de cooperação com Portugal”, disse ele.
Costa disse que Portugal está a discutir com vários governos a possibilidade de utilizar o porto de Sines como plataforma de transbordo para a transferência de combustível de grandes navios para barcos mais pequenos, mais capazes de operar no Mar do Norte e no Mar Báltico.
O primeiro-ministro visita a seguir um centro de acolhimento e encaminhamento de refugiados da Ucrânia instalado no Estádio Nacional de Varsóvia, após este encontro com o seu homólogo polaco.
No início deste mês, numa conferência internacional de alto nível de doadores para a Ucrânia promovida pelos governos da Polónia e da Suécia, o primeiro-ministro anunciou que Portugal vai contribuir com 2,1 milhões de euros em ajuda humanitária à Ucrânia, dos quais um milhão de euros para as respostas das Nações Unidas e 1,1 milhões adicionais.