22 mai, 2022 - 17:15 • Lusa
O objetivo, para a França, é "que não haja vitória russa" e que se possa "libertar a Ucrânia", disse o ministro francês delegado para os Assuntos Europeus, Clément Beaune.
"Fornecemos os meios à Ucrânia, sem estarmos em guerra nós mesmos, para resistir e se libertar da agressão. Eles não provocaram a guerra na Rússia. Eles procuram libertar-se de um país que os ocupa enquanto Estado soberano ", explicou durante uma entrevista à Europe 1, CNews e Les Echos.
Clément Beaune considera ser "legítimo" apoiar a Ucrânia. "Não é apenas um dever moral. Se não o fizesse, a Europa diria: 'Vá em frente, a Rússia do senhor Putin pode fazer o que quiser'. Seria perigoso para a nossa segurança", argumentou.
"Quando se é fraco, não se cria a paz", insistiu, acrescentando que "a Ucrânia é a Europa".
As relações entre Paris e Kiev estão tensas. O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou Emmanuel Macron por querer fornecer uma "porta de saída" para o presidente russo Vladimir Putin, ao mostrar-se reservado sobre o seu projeto de uma "comunidade política europeia".
"Não devemos procurar uma porta de saída para a Rússia, e Macron está a fazer isso em vão", lamentou na semana passada.
"Sei que ele queria obter resultados na mediação entre a Rússia e a Ucrânia, mas não alcançou nenhum", disse, ao referir-se às muitas conversas do presidente francês com o seu homólogo russo e consigo mesmo, pouco antes do início da invasão russa na Ucrânia, mas também desde então.
Emmanuel Macron também propôs, no início de maio, a criação de uma "comunidade política europeia" para permitir à Ucrânia juntar-se ao projeto europeu sem esperar pela adesão plena e completa à União Europeia (UE), o que levará "décadas".
"Não precisamos de alternativas à candidatura da Ucrânia à UE, não precisamos de tais compromissos", respondeu Zelensky no sábado, para quem tal decisão sobre a Ucrânia seria de facto um "compromisso" com a Rússia.