23 mai, 2022 - 15:01 • Marta Grosso
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) emitiu nesta segunda-feira uma “Avaliação Rápida de Risco”, na qual recomenda o rastreamento de contactos, a identificação, gestão e notificação de novos casos de varíola dos macacos em todos os países da União Europeia.
Os contactos próximos devem estar atentos ao desenvolvimento de sintomas durante um período de 21 dias após a última exposição a uma pessoa infetada.
Os países devem ainda atualizar a capacidade de diagnóstico de ortopoxvírus e rever a disponibilidade de vacinas contra varíola, antivirais e equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde.
No espaço de uma semana (entre 15 e 23 de maio) oito Estados-membros notificaram casos de varíola dos macacos, também conhecida como “Monkeypox”, num total de 85 casos. Foram eles Bélgica, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Portugal, Espanha e Suécia.
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Até agora, “a maioria dos casos apresentou sintomas leves da doença e, para a população em geral, a probabilidade de disseminação é muito baixa”, diz a diretora do ECDC. Andrea Ammon acrescenta, no entanto, que “a probabilidade de propagação do vírus por meio de contacto próximo, por exemplo, durante atividades sexuais entre pessoas com múltiplos parceiros sexuais, é considerada alta”.
A advertência surge porque a maioria dos casos registados diz respeito a homens com relacionamentos homossexuais, o que sugere que a transmissão pode ocorrer durante as relações íntimas.
Por não se conhecer ainda como o vírus se irá comportar, o ECDC defende uma estreita colaboração intersectorial entre as autoridades de saúde pública, humana e veterinária, de modo a monitorizar também os animais de estimação que sejam expostos à doença e impedir que ela seja transmitida à vida selvagem.
As pessoas infectadas devem permanecer isoladas até que as crostas caiam e devem evitar, especialmente, o contacto próximo com pessoas imunossuprimidas e animais de estimação. A abstenção de atividade sexual e contacto físico próximo também é aconselhável até que a erupção se cure.
Da parte da Comissão Europeia, Stella Kyriakides, comissária para a Saúde e a Segurança Alimentar, revela-se “preocupada com o aumento do número de casos de varíola na UE e ao nível global”.
“Estamos a monitorizar de perto a situação e, embora atualmente a probabilidade de disseminação na população em geral seja baixa, a situação está a evoluir. Todos precisamos permanecer vigilantes, garantir que o rastreamento de contactos e a capacidade adequada de diagnóstico estejam disponíveis e garantir que tenhamos as vacinas, antivirais e equipamentos de proteção individual necessários para os profissionais de saúde disponíveis”, defendeu.
“Temos estado em contacto estreito com os Estados-membros desde os primeiros relatos de casos do vírus da varíola dos macacos na UE e estamos prontos para apoiar e coordenar ativamente a resposta da UE com todos os meios à sua disposição”, garante ainda a comissária.
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Stella Kyriakides adianta que o Comité de Segurança da Saúde da União Europeia irá discutir a situação na terça-feira, “e a nossa Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências em Saúde (HERA), ECDC e EMA estão a trabalhar em estreita colaboração para garantir que as informações sobre a situação epidemiológica e a disponibilidade de vacinas e tratamentos sejam garantidas”.
O vírus da varíola dos macacos pode causar doença grave em certos grupos populacionais, como crianças pequenas, mulheres grávidas e pessoas imunossuprimidas.
São ainda necessárias mais investigações para perceber o nível de morbidade e mortalidade do atual surto.