24 mai, 2022 - 20:45 • Lusa
Entre 2.500 a 3.000 soldados ucranianos e pelo menos 3.930 civis, incluindo mais de 200 crianças, morreram desde o início da invasão russa da Ucrânia, há três meses, segundo dados oficiais de Kiev.
De acordo com os dados recolhidos pelo portal de notícias ucraniano The Kyiv Independent, e difundidos pela Procuradoria-Geral do país, os bombardeamentos russos que assolaram o país mataram 234 crianças.
Estima-se que 433 menores tenham ficado feridos, de acordo com os números divulgados, mas que são incompletos já que há locais onde as hostilidades ainda não cessaram ou permanecem ocupados pelos russos, impossibilitando uma contagem fiável dos feridos e baixas, advertiu a procuradoria ucraniana, na rede social Telegram.
A mesma situação é válida para o número de civis mortos ou feridos, que poderia ser muito mais elevado, dadas as dificuldades em contá-los no país.
O portal ucraniano sinaliza um total de 10 mil soldados ucranianos feridos em campo de batalha devido aos ataques do invasor, que também lesionaram outros 4.532 civis.
As autoridades do país registaram e documentaram até ao momento um total de 13.073 atos que consideram constitutivos de crimes de guerra cometidos pelas tropas russas.
Relativamente a estes crimes, foi condenado à prisão perpétua, na segunda-feira passada, o primeiro militar russo, acusado de matar um civil desarmado na Ucrânia.
Segundo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o exército russo disparou contra o país vizinho um total de 2.275 mísseis e realizou mais de três mil ataques aéreos nos três meses de guerra.
O Euromaidan Press, outro portal de notícias independente ucraniano, acrescentou que antes do início da guerra, a Rússia ocupava 43 mil quilómetros quadrados do território ucraniano, o que representa 7% da extensão total do país.
Este valor aumentou, na atualidade, para 125 mil quilómetros quadrados, ou seja, a Rússia triplicou quase o seu controlo sobre o espaço soberano da Ucrânia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.