25 mai, 2022 - 09:19 • Lusa
O governador de Lugansk, Serhiy Haidai, disse que a situação "está à beira de ser crítica" e que a região do leste da Ucrânia "é agora como Mariupol", cidade deixada em ruínas por ataques russos.
"Agora, para a região de Lugansk, é o momento mais difícil nos oito anos da guerra", disse Haidai, na terça-feira, referindo-se ao início do conflito com os separatistas apoiados pela Rússia, em 2014.
"Os russos estão a avançar em todas as direções ao mesmo tempo, trouxeram um número absurdo de caças e equipamento", disse o governador na plataforma Telegram.
Haidai acusou também as tropas de Moscovo de implantar táticas de "terra queimada" em toda a região, uma das duas que compõem o coração industrial do leste da Ucrânia.
"Só está a piorar. O que os russos estão a fazer é difícil de descrever em palavras. Os invasores estão a matar as nossas cidades, a destruir tudo ao redor", disse o governador.
Haidai falou de "bombardeamentos cada vez mais intensos" e acrescentou que "o exército russo pretende destruir completamente Severodonetsk", uma cidade estratégica a noroeste de Lugansk.
"Somos um posto avançado que retém o ataque e assim faremos. Apesar da superioridade do exército inimigo, venceremos, porque estamos a lutar pela nossa terra", garantiu.
Também o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que a Rússia está a utilizar tudo à sua disposição na batalha pela região leste do Donbass.
"Praticamente todo o poder do exército russo, o quer que tenha sobrado, está a ser lançado na ofensiva. Liman, Popasna, Sievierodonetsk, Slaviansk: os ocupantes querem destruir tudo lá", disse o chefe de Estado ucraniano, no discurso noturno à nação.
Na terça-feira, o ministro do Interior da Ucrânia, Denis Monastirsky, indicou que houve mais de 20. 000 crimes de guerra.
A Ucrânia vai cooperar "com procuradores estrangeiros, equipas conjuntas de investigação e especialistas", embora tenha sublinhado que "a maior parte do trabalho tenha sido feito por agentes da polícia ucranianos", prometeu.
Monastirsky também indicou que a prioridade em todos os "territórios ocupados" é a remoção de minas, de acordo com a agência de notícias ucraniana Unian.