31 mai, 2022 - 04:36 • Redação com Agências
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, diz que o seu país tem armazenadas toneladas de cereais que não pode escoar por via marítima devido ao bloqueio imposto pela invasão russa.
“Como a Rússia bloqueou os nossos portos no Mar Negro e capturou a nossa parte da costa no mar de Azov, não podemos exportar 22 milhões de toneladas de cereais que já estão nos armazéns do nosso país. Este é o volume que devia ficar disponível no mercado externo. O bloqueio da Rússia às nossas exportações veio desestabilizar a situação à escala global", disse o líder ucraniano.
Zelenskiy afirmou também que, por esse motivo, "o preço dos alimentos está a aumentar em vários países e a ameaça da fome começa a surgir em África, na Ásia e em determinados países da Europa”.
Na mesma mensagem, Volodymyr Zelenskiy também reconhece que está muito difícil o combate com as tropas russas no Donbass, zona leste da Ucrânia.
"No geral, a situação no Donbass permanece extremamente difícil. O exército russo está a tentar reunir uma força superior para pressionar cada vez mais os nossos defensores. É no Donbass que está concentrado o máximo de poder de combate do exército russo. Severodonetsk, Lysychansk, Bakhmut, Avdiivka, Kurakhove, Slovyansk e outras localidades continuam a ser os principais alvos dos ocupantes, neste eixo”, refere.
Por seu lado, o Ministério da Defesa da Rússia emitiu um comunicado onde refere que especialistas russos em desminagem “limparam uma área de cerca de 120 hectares nas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk”, durante esta segunda-feira.
O Ministério da Defesa da Rússia afirma ter desativado já 12.685 engenhos explosivos, naquela região ucraniana do Donbass, que estavam localizados em edifícios, pontes e estradas.
Na sua recente mensagem em vídeo, o Presidente ucraniano garante também que o seu exército não desiste de defender o território da Ucrânia e assegura que “se aproxima a altura em que a Rússia terá de depor as armas, contar os mortos e passar à diplomacia”.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,8 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU,