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BestFly prevê frota de seis aviões em Cabo Verde e interligar África ocidental e Portugal

04 jun, 2022 - 23:15 • Lusa

A BestFly prevê uma frota de seis aeronaves para a operação em Cabo Verde, incluindo um segundo jato Embraer 190, e ligações do arquipélago com África ocidental e Portugal, anunciou hoje a administração do grupo de origem angolana

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"Vai permitir manter a nossa operação de uma forma sustentável, mesmo quando a época for baixa”, afirmou o presidente do conselho de administração do grupo BestFly, Nuno Pereira, à margem da receção do primeiro jato Embraer 190 (E-190) da companhia e o primeiro certificado pela Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, que chegou hoje ao aeroporto da Praia, cerca das 20:00 locais (22:00 em Lisboa).

O administrador antecipou que o primeiro E-190 cabo-verdiano deverá iniciar a operação comercial em julho, após a conclusão da certificação em Cabo Verde e dos voos internacionais, prevendo que venha a ligar a costa ocidental africana, nomeadamente Bissau, à Praia e a Portugal (Ponta Delgada e Lisboa), mas também Angola, Nigéria e Senegal.

O plano para a operação do verão de 2022 do novo E-190, apresentado durante a cerimónia de hoje, prevê em concreto e em “formato de estrela”, a partir de Cabo Verde, ligações Praia — Luanda, Praia — Ponta Delgada, Praia — Dacar, Praia — Lisboa, Praia — Lagos, Praia — Bissau, Dacar — Bissau, Luanda — Acra e Sal — Lisboa.

“Porque todo o transporte tem de ser intermodal e não pode ser isolado”, afirmou ainda Nuno Pereira, garantindo que esta operação vai envolver parcerias com a estatal Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) e a açoriana SATA.

“Até final do ano temos no nosso plano de negócios o projeto de incrementar a nossa frota com mais um E-190 e com duas aeronaves Twin Otter, com menor capacidade, de 19 lugares, para poder fazer esse complemento à necessidade que existe de fazer evacuações médicas, de auxílios pontuais em ilhas pontuais”, afirmou igualmente Alcinda Pereira, diretora executiva do grupo angolano.

No primeiro ano de voos regulares em Cabo Verde, o grupo BestFly realizou, além de evacuações médicas em voos regulares, 35 voos ‘charter’ para transportar doentes em estado grave, a pedido das autoridades de saúde, justificando com esta necessidade a aquisição das duas aeronaves Twin Otter, bem como com a realização de voos para ilhas com menos procura ou na época baixa, por “reduzir significativamente” os custos.

“É nossa obrigação reduzir os custos do Estado com as evacuações médicas”, afirmou Nuno Pereira, garantindo que com estes novos aviões, mais pequenos, não será necessário desviar do serviço comercial aeronaves que garantem voos regulares, como chegou a acontecer.

A BestFly opera os voos domésticos em Cabo Verde com dois ATR 72-600 próprios — através do operador aéreo nacional TICV -, tendo realizado no primeiro ano de operação mais de 3.400 voos entre as ilhas cabo-verdianas e transportado mais de 170.000 passageiros, com uma taxa de ocupação média de quase 71% (de 17 de maio de 2021 a 17 de maio de 2022).

O grupo BestFly iniciou a atividade em Cabo Verde, nos voos domésticos, em 17 de maio de 2021, com uma concessão emergencial de seis meses, após a saída da espanhola Binter — que era também a única operadora -, e em julho do mesmo ano comprou a TICV, operador aéreo certificado pela AAC (detida até então pela Binter), prevendo “concentrar a atividade na marca única BestFly”.

“A Bestfly não precisou de qualquer subsídio do Estado de Cabo Verde. E isso é muito importante”, sublinhou Nuno Pereira.

O Estado de Cabo Verde detém 30% da operadora aérea TICV, estando os restantes 70% nas mãos da BestFly.

A nova aeronave E-190 que chegou hoje ao Aeroporto Internacional da Praia foi contratada em regime de ‘leasing’ no final de abril passado e a conclusão do processo de certificação pela AAC, com o apoio da Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil (ANAC) e dos profissionais do grupo em Cabo Verde e Angola, permitiu a sua movimentação para o país.

“Uma companhia de africanos, por africanos, para africanos”, afirmou Nuno Pereira, destacando que o grupo de origem angolana está hoje presente em vários países, em África, na América e na Europa.


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