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Diário de Guerra

Dia 106. Militares estrangeiros condenados à morte e batalha decisiva em Severodonetsk

09 jun, 2022 - 21:43 • Carlos Calaveiras

No dia em que Guterres voltou a alertar para uma eventual grave crise alimentar, dois britânicos e um marroquino, capturados durante a guerra na Ucrânia, foram condenados à morte por um tribunal pró-russo.

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O Presidente da Ucrânia reconhece que a batalha em Severodonetsk está a ser “brutal e uma das mais difíceis da guerra”.

Volodymyr Zelenskiy diz, na sua habitual mensagem diária ao país, que é ali que “grande parte o destino do Donbass está a ser decidido”.

Já o governador da região de Lugansk confirma que as forças de Moscovo “controlam grande parte de Severodonetsk”.

Entretanto, o Presidente polaco apontou o dedo aos líderes da França e da Alemanha, fazendo referência aos seus telefonemas ao Presidente russo, ironizando que será o mesmo que conversar com Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, revela o jornal alemão "Bild".

Tanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, como o Presidente francês, Emmanuel Macron, mantiveram conversações telefónicas com Vladimir Putin desde o início da guerra.

Andrzej Duda, numa entrevista ao jornal alemão (publicada pela primeira vez no seu canal YouTube na quarta-feira), disse que tais discussões só legitimam uma guerra ilegal na Ucrânia.

"Alguém falou assim com Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial?", questionou. "Alguém disse que Adolf Hitler tinha de salvar a imagem? Que devíamos proceder de tal forma que não fosse humilhante para Adolf Hitler?”, insistiu.

Esta quinta-feira ficou a saber-se que dois britânicos e um marroquino, capturados durante a guerra na Ucrânia, foram condenados à morte por um tribunal pró-russo.

Aiden Aslin, Shaun Pinner e Saaudun Brahim foram presentes a tribunal na República de Donetsk, uma região pró-russa, cuja independência não foi reconhecida internacionalmente.

Os três foram capturados quando estavam ao serviço das forças armadas ucranianas e são acusados de serem “mercenários” e de estarem a levar a cabo “atividades terroristas”.

O advogado dos detidos já disse, à agência Tass, que vai recorrer da sentença.

Preocupado com o eternizar da guerra, o secretário-geral da ONU alertou que a guerra pode desencadear uma onda sem precedentes de fome e miséria e causar um caos social e económico.

O problema até ao momento é a falta de acesso a bens alimentares, sublinha António Guterres, mas no próximo ano pode ser a falta desses bens.

Na visão de Guterres, “as pessoas e os países vulneráveis já estão a ser duramente atingidos”, advertindo que “nenhum país ou comunidade ficará intocado por esta crise de custo de vida”.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de quase 15 milhões de pessoas de suas casas, mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,9 milhões para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas.

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