12 jun, 2022 - 14:36 • Marta Grosso com Reuters
Cheira a McDonald's, os clientes dizem que o sabor é idêntico, mas o restaurante chama-se Vkusno & tochka e veio substituir a cadeia norte-americana de ‘fast-food’ na Rússia.
O primeiro Vkusno & tochka – que em tradução livre significa algo como “Gostoso e pronto” – abriu neste domingo em Moscovo e dezenas de pessoas fizeram fila para saborear um hambúrguer.
O menu apresentado é mais pequeno e dele não consta o ‘Big Mac’ nem outros hambúrgueres conhecidos. Mas um ‘cheeseburger’ duplo custa 129 rublos (2,10 euros) enquanto no McDonald’s custava 160 (2,61 euros). Um hambúrguer de peixe vale 169 rublos (2,76 euros), enquanto antes custava cerca de 190 (3,10 euros).
A composição dos hambúrgueres não mudou e a multinacional norte-americana deixou os equipamentos, avança gerente de qualidade da nova empresa, Alexander Merkulov, citado pela agência Reuters.
Talvez por isso, Sergei, de 15 anos, tenha encontrado poucas diferenças. "O sabor permaneceu o mesmo", disse enquanto comia um hambúrguer de frango com batatas fritas. "A cola é diferente, mas não há realmente nenhuma mudança no hambúrguer", atesta.
Também os trabalhadores se mantiveram. “A multinacional pediu-me, acima de tudo, que mantivesse o quadro de funcionários para dar trabalho às pessoas. É isso que vou fazer", diz Alexander Govor.
O novo proprietário acrescenta que irá investir até sete mil milhões de rublos (114.219 milhões de euros) no negócio, que emprega 51.000 pessoas. Procura ainda novos fornecedores de refrigerantes, como a Coca Cola, que já anunciou estar a suspender os negócios na Rússia.
O “novo” restaurante fica no centro da capital russa e funciona no antigo espaço da McDonald's, com um novo logo, formado por um hambúrguer estilizado e duas batatas fritas. O slogan garante que “O nome muda, o amor fica”, sem referências à marca norte-americana.
Tal como outras multinacionais, a cadeia norte-americana McDonald's cessou a sua atividade na Rússia, ao fim de 30 anos, devido à decisão de Vladimir Putin de invadir a Ucrânia, a 24 de fevereiro.
O novo negócio pode representar um teste à economia russa e ao quão bem-sucedida e autossuficiente poderá ser perante as sanções ocidentais.