15 jun, 2022 - 18:28 • Lusa
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) denunciou que os bombardeamentos na Ucrânia estão a matar e mutilar crianças e a impedi-las de regressar a "qualquer tipo de vida normal".
Segundo os últimos números do Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, um total de 277 crianças morreram e 456 ficaram feridas desde o início da guerra, principalmente devido à utilização de explosivos em áreas urbanas.
Em resposta, a UNICEF apelou na terça-feira para o fim dos ataques a infraestruturas civis e do uso de armas explosivas em áreas povoadas.
"[O seu uso] está a matar e mutilar crianças e a impedi-las de regressar a qualquer tipo de vida normal nas cidades e vilas que são as suas casas", disse a organização em comunicado.
"Passei a última semana na Ucrânia, encontrando-me com crianças e famílias afetadas pela guerra, vendo a resposta humanitária crítica da UNICEF. Pude visitar Kiev, Irpin, Bucha, Yitomir e Lviv, e o meu tempo no país deu-me uma imagem clara do enorme impacto que a guerra na Ucrânia continua a ter nas crianças", disse o diretor regional da UNICEF para a Europa e Ásia Central, Afshan Khan.
"Estamos cada vez mais preocupados com a situação de acesso a água potável, com pelo menos 1,4 milhões de pessoas no leste do país sem acesso a água corrente", acrescentou Khan, observando que pelo menos 256 instalações da UNICEF na Ucrânia foram atacadas, e uma em cada seis "escolas seguras" apoiadas pela UNICEF no leste do país foram danificadas ou destruídas.
Khan disse que a guerra na Ucrânia "é uma crise de direitos da criança", e que a UNICEF está a trabalhar para apoiar as crianças e as suas famílias "onde quer que se encontrem no país.
"Este papel crítico da UNICEF na Ucrânia reflete-se no recente acordo alcançado com o Governo para prolongar o programa nacional da UNICEF até ao final de 2023, como parte do quadro de transição das Nações Unidas", acrescentou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que mereceu a condenação de grande parte da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição de sanções à Rússia.