16 jun, 2022 - 08:35 • Lusa
O Presidente dos Estados Unidos comunicou ao seu homólogo ucraniano, na quarta-feira, que o seu país dará mais mil milhões de dólares (cerca de 962 milhões de euros) em ajuda militar para a Ucrânia resistir à invasão russa.
De acordo com um comunicado da Casa Branca sobre a conversa telefónica entre Joe Biden e Volodymyr Zelenskiy, o Presidente norte-americano esclareceu que o novo pacote de ajuda incluirá artilharia, sistemas de defesa costeira e ‘rockets’, para apoiar os ucranianos "nas suas operações defensivas" no Donbass.
Os dois líderes também conversaram sobre os esforços do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que foi a Bruxelas na quarta-feira "para coordenar o apoio internacional adicional às forças ucranianas".
Além da ajuda militar, Biden anunciou mais 225 milhões de dólares (cerca de 220 milhões de euros) em assistência humanitária, nomeadamente para água potável, suprimentos médicos, comida e abrigos.
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O Presidente dos EUA disse que, na sua conversa telefónica com Zelensky, reafirmou o compromisso de que "os EUA apoiarão a Ucrânia" na defesa da sua democracia, soberania e integridade territorial, "contra a injustificável agressão russa".
De acordo com dados do Pentágono, de 1 de junho, os EUA já alocaram cerca de 4,6 mil milhões de dólares (cerca de 4,4 mil milhões de euros) em assistência de segurança à Ucrânia, desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
Volodmyr Zelenskiy já expressou a sua “gratidão” aos Estados Unidos pelo novo pacote de ajuda militar.
"Quero expressar a minha gratidão por este apoio. É particularmente importante para a nossa defesa no Donbass", região do Leste da Ucrânia e atual epicentro do conflito com a Rússia, destacou o chefe de Estado ucraniano na sua mensagem de vídeo noturna diária dirigida à nação.
“Também estou grato aos EUA por mobilizar a assistência de todos os aliados”, realçou.
Volodymyr Zelensky adiantou que discutiu com o homólogo norte-americano a "situação tática no terreno" e como "acelerar" a vitória da Ucrânia.
O governante referiu que manteve também conversações com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que através da rede social Twitter assegurou esta quarta-feira que irá apoiar Kiev "até à vitória final".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos – de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
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A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que 4.452 civis morreram e 5.531 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 112.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.