20 jun, 2022 - 00:13 • Stefanie Palma, correspondente da Renascença em Paris
É um dia com sabor amargo para Emmanuel Macron. A Coligação Juntos, encabeçada pelo partido Renascimento, do Presidente, obteve 245 assentos na Assembleia Nacional Francesa, o que representa a perda da maioria absoluta. Esta só seria atingida com a obtenção de 289 lugares.
Já a coligação de esquerda Nova União Popular Ecologista e Social (NUPES), que junta socialistas, comunistas e ecologistas, e que é liderada por Jean Luc-Melénchon, foi a grande surpresa da noite. Conseguiu o segundo lugar nestas legislativas com 131 assentos e torna-se assim a principal força da oposição.
Mélenchon é o homem forte da noite e uma “pedra no sapato” para Emmanuel Macron no futuro. O líder da França Insubmissa defendeu no seu discurso que “a derrota do partido presidencial é total”.
Perante este cenário, e para manter em funções o governo liderado por Elisabeth Borne, Emmanuel Macron terá de coligar-se e a hipótese mais provável é que o faça com a principal força da direita, os Republicanos, que têm 61 assentos. Este é um assunto que ficará decidido nas próximas semanas.
Outra grande vencedora da noite foi Marine Le Pen. O partido de extrema-direita, A União Nacional, conseguiu um resultado histórico nestas eleições e torna-se assim a terceira força política na Assembleia Nacional. Nas legislativas passadas, ocupava apenas 8 lugares. Neste escrutínio, conseguiu multiplicar por mais de 10 o número de assentos, contando agora com 89 cadeiras. É a maior representação de sempre da extrema-direita francesa na Assembleia.
A abstenção nestas eleições também é alta, 54%, o que significa que um em cada dois eleitores não foi votar.