22 jun, 2022 - 20:25 • João Malheiro
O 118.º dia de guerra fica marcado pela revelação de que o fotojornalista ucraniano, Maks Levin, encontrado morto em abril, foi, alegadamente, "executado a sangue frio" por tropas russas.
A Rússia ameaçou a Lituânia com uma "resposta prática", na sequência da decisão de limitar, em parte, o tráfego de mercadorias para o enclave russo de Kaliningrado, no mar Báltico.
Por seu lado, a Finlândia "está pronta para lutar" se a Rússia decidir atacar o país.
A Renascença resume os principais pontos de mais um dia de conflito.
O fotojornalista ucraniano Maks Levin, cujo corpo sem vida foi encontrado em abril, a 20 quilómetros a norte de Kiev, foi "executado a sangue-frio" por tropas russas, avançou a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Num relatório publicado hoje após uma investigação, a RSF considera provado que Levin e um amigo, o soldado Oleksiy Chernyshov foram executados por soldados russos em 13 de março numa floresta perto da cidade de Doshchun, provavelmente depois de interrogados e torturados.,
O secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, disse que "num contexto de guerra fortemente marcado pela propaganda e censura do Kremlin, Maks Levin e o seu amigo pagaram com a vida a sua luta por uma informação verdadeira".
"Devemos-lhes a verdade. E vamos lutar para identificar e encontrar aqueles que os executaram", garantiu Deloire.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo indicou que a resposta do país à limitação,. em parte, do tráfego de mercadorias para o enclave russo de Kaliningrado, no mar Báltico, por parte da Lituânia, "não vai ser diplomática, mas prática".
Kaliningrado, anexado da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial em 1945, é um enclave que está isolado do resto da Rússia e faz fronteira com dois países da União Europeia (UE) e da NATO, a Lituânia e a Polónia.
As autoridades lituanas tomaram a decisão de restringir a partir de sábado o tráfego ferroviário através do seu território para Kaliningrado, como parte das sanções impostas à Rússia pela sua "campanha militar" na Ucrânia.
O chefe das tropas finlandesas garantiu que o país está "pronto para lutar" caso seja alvo de uma ataque russo.
Gen Timo Kikiven afirmou que o país "desenvolveu sistematicamente a nossa capacidade militar, para prevenir este tipo de conflitos".
"A Ucrânia tem sido difícil para a Rússia e a Finlândia seria igual", considerou.
A Finlândia anunciou em maio que pretende aderir à NATO, alargando assim a aliança militar ocidental que conta com 30 membros, numa resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.