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Governo afegão anuncia apoio de 10 milhões para vítimas de terramoto

23 jun, 2022 - 07:51 • Olímpia Mairos , com agências

Pelo menos 1.150 pessoas morreram e 1.700 ficaram feridas, na quarta-feira de madrugada, no sismo de magnitude 6,1 na escala aberta de Richter.

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O Governo do Afeganistão anunciou uma ajuda de mil milhões de afeganis (dez milhões de euros) para as vítimas do terramoto de quarta-feira, no qual morreram mais de mil pessoas.

De acordo com o jornal The Kabul Times, após uma reunião de emergência no Palácio Presidencial de Cabul, o primeiro-ministro, Mohammad Hassan enviou condolências às famílias afetadas e ordenou às autoridades que promovam medidas urgentes para enviar alimentos, roupas, medicamentos e outros materiais necessários aos afetados pelo sismo.

Um dos porta-vozes do regime talibã, Mohammad Naeem, indicou na rede social Twitter que um avião vindo do Qatar e dois vindos do Irão, todos carregados com ajuda humanitária, chegaram a Cabul na noite de quarta-feira.

O Governo do país, comandado desde agosto do ano passado pelos Talibã, já assumiu que não tem recursos suficientes para continuar a realizar buscas e apoiar os feridos e as pessoas que perderam as suas casas.

Pelo menos 1.150 pessoas morreram e 1.700 ficaram feridas, na quarta-feira de madrugada, no sismo de magnitude 6,1 na escala aberta de Richter.

O número de vítimas mortais pode ser mais elevado, tendo em conta que ainda não foi possível chegar às áreas mais remotas das províncias de Paktika e Khost, onde se situou o epicentro do terremoto.

O coordenador humanitário das Nações Unidas no Afeganistão, Ramiz Alakbarov, sublinhou que a agência “está a analisar as necessidades e a responder às consequências do sismo”.

A União Europeia (UE) pediu esta quarta-feira “assistência internacional” para o Afeganistão, assegurando que irá ajudar aqueles que mais precisam.

“O terramoto ocorre num momento em que o país continua a enfrentar uma das piores crises humanitárias do mundo, com grandes necessidades humanitárias, deslocamentos e uma grave crise alimentar”, alertaram o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e o comissário europeu para Gestão de Crises, Janez Lenarcic, em comunicado conjunto.

Os dirigentes europeus deixaram claro que é “necessária assistência internacional para ajudar os afegãos que perderam os seus familiares, as suas casas e que necessitam de ajuda”.

“A União Europeia está em total solidariedade com o povo afegão e ajudará os necessitados”, garantiram.

Borrell e Lenarcic sublinharam que, através do Gabinete Humanitário da UE no Afeganistão, estão “em contacto permanente com os parceiros humanitários” e que foi oferecido “todo o apoio operacional necessário”.

Já a Casa Branca afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, determinou que os órgãos de ajuda humanitária do Governo enviem ajuda ao Afeganistão para apoiar afetados pelo sismo.

ONU está “totalmente mobilizada”

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já expressou tristeza pelo “terramoto mortífero” que atingiu o leste do Afeganistão na quarta-feira.

“Fiquei triste ao saber da trágica perda de vidas causada pelo terramoto que atingiu o Afeganistão”, lamentou António Guterres, num comunicado divulgado pelo gabinete do secretário-geral da ONU.

Guterres garantiu estar “com o povo do Afeganistão, ainda a recuperar do impacto de anos de conflito, dificuldades económicas e fome”.

O secretário-geral destacou ainda que a ONU está “totalmente mobilizada” e que as equipas no Afeganistão estão no terreno a avaliar “necessidades e a fornecer apoio inicial”.

O Afeganistão, com 38 milhões de habitantes, enfrenta uma grave crise económica, desde que os Talibã assumiram o poder em agosto do ano passado quando as forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos se preparavam para se retirar após duas décadas de ocupação militar.

“Já há a crise económica bem forte no Afeganistão, com inflação alta, o que faz com que muitas famílias afegãs não estão a conseguir colocar comida na mesa. E claro que uma catástrofe dessas não ajuda a melhorar a situação”, afirmou a porta-voz da Cruz Vermelha no país, Lucien Christien.

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