24 jun, 2022 - 11:00 • Olímpia Mairos
O ministro da Economia alemão admite que algumas indústrias podem não ter condições para funcionar no inverno e terão de fechar se não forem encontradas alternativas para o fornecimento de gás ao país.
Em declarações à revista Der Spiegel, Robert Habeck não esconde que a situação é grave e culpa a Rússia que já tem estado a reduzir o fluxo de gás.
A Alemanha ativou a segunda fase do seu plano de emergência de gás, composto por três etapas, e está mais próxima de começar a racionar os fornecimentos para a indústria. Uma medida que surgiu na sequência da queda de 60%, desde a semana passada, do fornecimento de gás via Nord Stream à Alemanha pelo grupo russo Gazprom, justificada com um problema técnico.
O Governo alemão entende, no entanto, que esta foi uma “decisão política”, destinada a influenciar o ‘braço de ferro’ entre Moscovo e os países ocidentais sobre a guerra na Ucrânia.
Apesar de as reservas na Alemanha se situarem atualmente nos 58%, um nível “mais elevado do que a média dos últimos anos”, se as entregas através do gasoduto Nordstream “permanecerem a um nível baixo”, o “nível de armazenamento de 90%” recomendado pela lei alemã “não será atingido”, alerta o ministério.
É neste contexto que Robert Habeck entende que devem ser tomadas todas as medidas necessárias para assegurar o abastecimento antecipando as consequências do próximo inverno.
“Encontramo-nos numa crise de gás. O gás é agora um recurso escasso”, disse o ministro da Economia em conferência de imprensa, admitindo que o Governo poderá “apoiar” os intervenientes no mercado para fazer face aos preços elevados.
A Alemanha já tinha anunciado no domingo a sua decisão de utilizar mais carvão para poupar gás, o que representaria 15% da eletricidade produzida em 2021.
Esta é a segunda fase do plano de abastecimento de(...)