26 jun, 2022 - 13:09 • Lusa
A Rússia anunciou este domingo ter atingido três centros de treino militar no norte e no oeste da Ucrânia, incluindo um perto da fronteira com a Polónia, ataques realizados nas vésperas de uma cimeira da NATO.
O Ministério da Defesa russo referiu que os bombardeamentos foram realizados com "armas de alta precisão das forças aeroespaciais russas e mísseis Kalibr (cruzeiro)", cita a agencia de notícias France-Presse.
Entre os alvos atingidos está um centro de treino militar para as forças ucranianas no distrito de Starytchi, na região de Levi, a cerca de 30 quilómetros da fronteira polaca.
No sábado, a Rússia disse que matou "até 80" combatentes polacos, num bombardeamento no leste da Ucrânia.
As autoridades russas removeram a bandeira da Polónia de um memorial erguido em memória de milhares de polacos massacrados pelos soviéticos. A decisão surge no auge das tensões entre Moscovo e Varsóvia desde o lançamento da ofensiva russa contra a Ucrânia, no final de fevereiro.
A Polónia, que forneceu armas à Ucrânia, é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla original), que vai reunir-se em Madrid, Espanha, de 28 a 30 de junho.
Hoje tem início na Alemanha uma cimeira de três dias do G7, grupo de grandes potências industrializadas (França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Japão).
A invasão da Ucrânia pela Rússia está no centro dos dois encontros, numa altura em que Kiev pede mais armas e a aplicação de mais sanções contra a Rússia.
A Força Aérea da Ucrânia anunciou no sábado um "ataque russo maciço [...] com mais de 50 mísseis de vários tipos disparados do ar, mar e terra", sublinhando que os mísseis utilizados são "extremamente difíceis" de intercetar pelas defesas ucranianas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo as Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra também causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas das suas casas, oito milhões das quais abandonaram o país, ainda segundo a ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.