28 jun, 2022 - 19:34 • Ricardo Vieira
Foi alcançado esta terça-feira, na cimeira de Madrid, um acordo histórico para a adesão da Suécia e Finlândia à NATO.
A Turquia alterou a sua posição e aceitou a entrada dos dois países escandinavos na Aliança Atlântica.
O entendimento foi celebrado através da assinatura de um memorando que responde às preocupações do Governo de Ancara.
"Acabámos agora uma reunião muito construtiva com o Presidente [da Turquia, Recep Tayyip] Erdogan, o Presidente [da Finlândia, Sauli] Niinisto, e a primeira-ministra [da Suécia, Magdalena] Andersson, e tenho o prazer de anunciar que chegamos a um acordo que prepara o caminho para que a Suécia e a Finlândia adiram à NATO", anunciou o secretário-geral da NATO.
"A NATO será mais forte com a Finlândia e a Suécia", declarou Jens Stoltenberg.
O convite para a adesão dos dois países vai ser formalizado na quarta-feira.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, obteve a "plena cooperação" da Finlândia e da Suécia contra os combatentes curdos do PKK e aliados, e deu o seu acordo à entrada na NATO dos dois países nórdicos, indicou a presidência turca, em comunicado.
Entre as exigências de Ancara incluía-se o reforço da legislação dos dois países nórdicos contra o "terrorismo" e a extradição de diversos ativistas curdos que foram acolhidos nos dois países do norte da Europa.
A Suécia e Finlândia decidiram abdicar do seu estatuto de países neutrais na sequência da invasão da Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, a 24 de fevereiro.
Numa primeira reação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que "a Turquia num momento crucial decidiu pela NATO".
"Sempre tive a noção que na hora da verdade seria possível chegar a uma conclusão positiva. A Turquia tinha muito a ganhar nesta matéria", salientou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, no final do Conselho de Estado, em Cascais.
"É muito importante para a NATO e é um enriquecimento muito grande e mostra que a Turquia, num momento crucial, decidiu pela NATO", acrescentou o chefe de Estado.