29 jun, 2022 - 09:10 • Olímpia Mairos com redação
À chegada esta manhã à cimeira em Madrid, o primeiro-ministro português disse que o país está disponível para aumentar ainda mais a participação militar na NATO, mas aguarda indicações.
“Aguardamos que o comando da NATO faça uma precisão da distribuição das capacidades que são necessárias e a nossa contribuição”, disse António Costa.
Salientou que Portugal tem “incrementado bastante a nossa participação em forças nacionais destacadas, designadamente no âmbito da NATO. Este ano temos uma forte presença na Roménia e vamos continuar seguramente a ter e acompanharemos esse reforço”.
António Costa afirmou que “Portugal, neste momento, vai cumprir para o ano o objetivo que tinha assumido, por escrito, para 2024: atingir 1,66% do Produto Interno Bruto (PIB)” destinado à Defesa.
Segundo o primeiro-ministro, quando Portugal assumiu, em 2018, o compromisso de atingir esses 1,66% em 2024, tinha ficado definido que poderia chegar aos 1,98% no mesmo ano caso fossem disponibilizados os “recursos comunitários” que estavam previstos.
“Aqueles que estavam previstos na altura, deixaram de existir. Sabemos que já não existem, estão em discussão novos. Se vierem novos, as coisas podem-se alterar. Não se alterando, nós podemos ter um compromisso [para], relativamente ao longo da década, convergir para esse objetivo”, frisou.
A comitiva portuguesa em Madrid para a cimeira integra, além de António Costa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e a ministra da Defesa, Helena Carreiras.
A ministra da Defesa participará ao início da tarde num fórum que está a decorrer em paralelo à cimeira, organizado pelo centro de estudos espanhol Real Instituto Elcano, num debate sobre a contribuição da NATO para a segurança e a estabilidade nas regiões vizinhas.
Já esta manhã, à chegada ao centro de exposições de Madrid para a primeira sessão plenária da cimeira da NATO, Jens Stoltenberg assinalou a importância histórica do encontro por marcar uma nova viragem no conceito estratégico da Aliança Atlântica, que volta a encarar a Rússia como principal ameaça.
“Este será um marco histórico e transformador para a nossa aliança. Encontramo-nos no meio de uma das mais graves crises de segurança que enfrentamos desde a segunda guerra mundial. Vemos que nossos aliados são capazes de demonstrar unidade, respondendo de forma forte e unificada a todas as ameaças e desafios que enfrentamos”, disse.
Em Madrid estarão delegações de 44 países, incluindo Portugal, e o número de líderes de Governo e de chefes de Estado é o maior de sempre numa cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que tem sido designada como "chave", "transformadora", "crucial" ou "histórica" pelos dirigentes dos estados-membros e da própria aliança militar, atendendo à invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Durante esta cimeira os 30 países aliados na NATO vão aprovar o reforço de meios no terreno no leste da Europa e de tropas em prontidão, que neste caso passarão de 40 mil para mais de 300 mil, segundo declarações do secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, que disse estar em causa “a maior revisão” da estratégia de dissuasão e defesa da organização desde a Guerra Fria.
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