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Putin desafia Ocidente a derrotar Rússia no campo de batalha ucraniano

07 jul, 2022 - 21:41

Líder russo reforça: “Ainda não começámos nada de sério" na Ucrânia.

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O Presidente russo desafiou o Ocidente a derrotar a Rússia no "campo de batalha" da Ucrânia e advertiu que as suas tropas ainda nem começaram "nada de sério" no país que invadiram em 24 de fevereiro.

"Hoje, ouvimos dizer que nos querem derrotar no campo de batalha. O que é que podemos dizer? Que tentem", disse Putin numa reunião com os líderes da câmara baixa do parlamento (Duma) no Kremlin (Presidência) transmitida pela televisão.

"Todos devem saber que ainda não começámos nada de sério" na Ucrânia, disse Putin, segundo relato das agências espanhola EFE e francesa AFP.

"Ouvimos dizer muitas vezes que o Ocidente quer lutar contra nós até ao último ucraniano. Isto é uma tragédia para o povo ucraniano, mas parece que tudo aponta para isso", afirmou.

O líder russo não anunciou uma expansão da operação militar ou outras iniciativas concretas, referindo que as tropas russas estão concentradas na região do Donbass, no leste da Ucrânia.

Também não fechou a porta a negociações de paz, mas avisou que "quanto mais tempo passar, mais complicado será chegar a um acordo" com Moscovo.

Putin aproveitou o seu discurso mais duro em semanas para dirigir críticas ao Ocidente, que está a fornecer armas à Ucrânia para enfrentar as tropas russas.

Recusou que a culpa da guerra seja de Moscovo, reafirmando que o Ocidente, sob liderança dos Estados Unidos, foi "extremamente agressivo para com a Rússia durante décadas".

Putin disse que as suas propostas para criar um novo sistema de segurança na Europa foram rejeitadas, assim como as suas iniciativas para resolver a ameaça da defesa antimíssil dos Estados Unidos no continente europeu.

O Ocidente, segundo Putin, também rejeitou os avisos de que a Rússia não poderia aceitar a expansão da NATO a leste, especialmente nas antigas repúblicas soviéticas.

"Porquê? Porque simplesmente não precisam de um país como a Rússia, é por isso", afirmou.

"Foi por isso que apoiaram o terrorismo, o separatismo na Rússia, as forças destrutivas internas e a 'quinta coluna' no nosso país. Todos eles receberam e recebem apoio incondicional deste mesmo Ocidente coletivo", denunciou o líder do Kremlin.

Putin acusou os países ocidentais de terem começado a guerra no Donbass em 2014, quando separatistas pró-russos iniciaram uma luta armada contra Kiev, com apoio de Moscovo, depois da anexação russa da península ucraniana da Crimeia.

"Dizem-nos que começámos uma guerra no Donbass, na Ucrânia. Não, foi desencadeada por este mesmo Ocidente coletivo ao organizar e apoiar um golpe armado anticonstitucional na Ucrânia em 2014, e depois ao encorajar e justificar o genocídio do povo do Donbass", afirmou.

Ao anunciar a invasão da Ucrânia, em fevereiro, Putin disse que estava a responder a um pedido de ajuda dos separatistas do Donbass e que a ofensiva se destinava a "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.

"Este mesmo Ocidente é o instigador e o culpado do que está a acontecer hoje", disse o chefe do Kremlin.

Putin acusou o Ocidente de ter provocado o conflito na Ucrânia para "passar a uma nova fase na luta contra a Rússia, uma nova fase na contenção" do país.

"Por isso, podemos dizer que teve algum sucesso. E a guerra irrompe e são impostas sanções", disse, referindo-se às medidas decretadas pelos países ocidentais contra os interesses russos.

Putin defendeu que o Ocidente "deveria ter compreendido que já perdeu" desde que a Rússia começou a sua "operação militar especial" na Ucrânia.

Na sua perspetiva, o início da ofensiva na Ucrânia "significa também o início de uma rutura radical da ordem mundial à americana".

Putin denunciou ainda o "liberalismo totalitário" ocidental e disse que a ofensiva na Ucrânia marcou o início de uma transição de um mundo marcado pelo "egocentrismo globalizado norte-americano para um mundo verdadeiramente multipolar".

"E devemos perceber que este processo já não pode ser interrompido", acrescentou.

Comentários
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  • Cidadao
    08 jul, 2022 Lisboa 11:36
    Não tenha pressa, que continuando com a guerra na Ucrânia e a retórica de ameaças e agressão, essa guerra está muito mais perto do que julga. O Ocidente não quer a guerra - se o quisesse, desde o 1.º dia haveria uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia e metade da vossa aviação já tinha ido morder o pó, assim como esse bloqueio dos portos Ucranianos teria sido desfeito a tiro e as vossas barcaças já estavam no fundo do Mar Negro - mas está pronto para a travar. E se a Rússia em 4 meses não conseguiu vencer um adversário 10 vezes inferior, o que seria enfrentar esse adversário e mais a NATO?
  • Digo
    08 jul, 2022 Eu 08:18
    Oh pah, em termos convencionais, se em 4 meses ainda estás longe do teu objetivo na Ucrânia, o que é que farias contra a NATO? E em termos nucleares, todos sabemos que não vais usar porque aí dá empate: todos perdem. Logo, essa algaraviada toda é mais para consumo interno que outra coisa, pois assustar... há muito que perdeste essa capacidade.

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