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José Eduardo dos Santos, “artífice decisivo na construção da paz”, diz Cavaco Silva

08 jul, 2022 - 18:14 • Lusa

Ex-Chefe de Estado lembra que a relação entre Portugal e Angola passou “da desconfiança” à “amizade e isso deve-se, em grande medida, a José Eduardo dos Santos”.

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O antigo Presidente da República Cavaco Silva enviou “as mais sentidas condolências” à família do ex-chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos, que recordou como um “artífice decisivo na construção da paz”.

“No momento da morte do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, envio à sua família as mais sentidas condolências e ao povo amigo de Angola uma palavra de conforto pela partida de uma notável figura nacional”, dá conta uma nota do gabinete de Cavaco Silva enviada à Lusa.

O antigo Presidente português recorda Eduardo dos Santos como “um artífice decisivo na construção da paz e da reconciliação nacional da nação angolana”, com quem mantinha “uma duradoura relação de confiança, que permitiu ultrapassar as dificuldades que marcavam as relações” entre os dois países na década de 1980.

“Testemunhei o seu firme empenho pessoal e as decisões particularmente difíceis e complexas que tomou. Com José Eduardo dos Santos, de inteligência fina, convincente na argumentação, sereno e sábio no uso da palavra, foi possível reforçar a cooperação entre Portugal e Angola”, considerou o ex-chefe de Estado de Portugal.

Ao longo dos anos, prosseguiu Cavaco Silva, a relação entre Portugal e Angola passou “da desconfiança” à “amizade e isso deve-se, em grande medida, a José Eduardo dos Santos”.

“Neste momento de despedida, presto-lhe a minha homenagem”, finalizou.

O antigo Presidente de Angola morreu aos 79 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento, anunciou hoje a presidência angolana, que decretou cinco dias de luto nacional.

José Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.

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