12 jul, 2022 - 04:35 • Lusa
A NASA divulgou a imagem mais profunda alguma vez captada do Universo, que mostra as primeiras galáxias formadas logo após o Big Bang, há mais de 13 mil milhões de anos, conseguidas através do telescópio James Webb.
A primeira imagem científica e colorida do telescópio James Webb marca um dia "histórico", realçou o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante um evento que decorreu na Casa Branca, seis meses depois do lançamento do mais poderoso telescópio espacial alguma vez construído.
Esta fotografia é "a imagem infravermelha mais profunda e clara já captada do Universo até agora", destacou a agência espacial norte-americana.
A luz decompõe-se em diferentes comprimentos de onda, incluindo infravermelho, que o olho humano não consegue perceber, ao contrário do James Webb, projetado com esse propósito.
A imagem divulgada mostra milhares de galáxias, mas um "grão de areia na ponta de um dedo com o braço preso", segundo a analogia apresentada pelo diretor da NASA, Bill Nelson, que se referiu ao espaço fotografado como "uma pequena porção do universo".
O momento captado e agora divulgado refere-se ao aglomerado de galáxias SMACS 0723, que estando em primeiro plano ampliam e distorcem a luz dos objetos atrás deles, permitindo uma visão de campo profundo das populações de galáxias extremamente distantes, um efeito chamado lente gravitacional.
Outras imagens foram, no entretanto, reveladas, esta terça-feira, pela NASA, durante um evento que é aguardado por todos os entusiastas do espaço.
As primeiras imagens coloridas e espetros obtidos pelo telescópio espacial James Webb reportam-se a cinco objetos cósmicos, incluindo uma das maiores e mais brilhantes nebulosas e um planeta extrassolar gigante, segundo explicou em 08 de julho a Agência Espacial Europeia (ESA), parceira do maior e mais potente telescópio espacial, em órbita desde janeiro.
A revelação das imagens marca o início das operações científicas do James Webb, que junta as colaborações da ESA e das congéneres norte-americana (NASA), líder do projeto, e canadiana (CSA).
O telescópio James Webb tem o nome de um antigo administrador da NASA e foi enviado para o espaço em 25 de dezembro, após sucessivos atrasos, num foguetão de fabrico europeu. Está em órbita a 1,5 milhões de quilómetros da Terra.
A astrónoma portuguesa Catarina Alves de Oliveira, que trabalha no Centro de Operações Científicas da ESA, em Espanha, é responsável pela calibração de um dos quatro instrumentos do James Webb, participando na campanha de preparação das observações com fins científicos.
Vários cientistas portugueses estão envolvidos em projetos de investigação que implicam tempo de observação com o telescópio.
[Notícia atualizada às 17h57 desta terça-feira, 12 de julho de 2022]