20 jul, 2022 - 09:57 • Lusa
Tchizé dos Santos demarcou-se na terça-feira do conteúdo de uma carta subscrita pelos filhos mais velhos do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, salientando que vai lutar “até ao fim” pela honra do pai e que é contra amnistias.
“Eu não assinei esta carta, não tive conhecimento e não assinei. Concordo que o meu pai não deve ser enterrado agora porque não faz sentido. Concordo que o corpo do meu pai seja enterrado em Angola quando houver condições e quando as pessoas que o perseguiram até à morte já não sejam Governo”, sublinhou, referindo-se ao Presidente João Lourenço.
"O que quero que fique bem claro é que eu lutei pela honra e dignidade o meu pai até as últimas consequências e que uma dessas lutas inclui não aceitar nem pedir amnistia alguma, porque o meu pai não roubou ninguém e eu não tenho de servir de bode expiatório para os roubos de outras pessoas do MPLA, incluindo João Lourenço, Ana Dias Lourenço e a sua máquina e os seus amigos, que agora querem dar a entender que vão fazer uma amnistia porque a família dos Santos pediu", vincou.
A filha do ex-Presidente disse que enquanto cidadã angolana “jamais iria subscrever um documento desses”, afirmou, destacando que “não tem nada a ver com essa carta” e questionando a autenticidade da mesma.
“Nenhum dos meus irmãos me informou que tivesse escrito, assinado ou mandado essa carta, eu duvido eu seja verdadeira porque ninguém me informou da sua existência. Se tivessem sido iria achar que estavam a trair a memória e a honra do meu pai e demarco-me redondamente”, declarou à Lusa.
Numa carta enviada hoje à Lusa pelos serviços de assessoria da filha Isabel dos Santos, em que consta a assinatura de “Tchizé” dos Santos, os filhos mais velhos do ex-Presidente angolano defendem uma lei de amnistia geral e o “fim dos processos judiciais e institucionais contra muitos angolanos”.
Na carta, assinada por outros filhos de Eduardo dos Santos - Isabel, José Filomeno “Zenu”, Joess e José Eduardo Paulino “Coreon Dú” - comprometeram-se a colaborar na realização de um funeral nacional, mas após as eleições de 24 de agosto e pedem um mausoléu para acolher os restos mortais.