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EUA-China

Nancy Pelosi vai a Taiwan. Exército considera visita uma "má ideia", diz Biden

21 jul, 2022 - 10:10 • Lusa

Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA irá visitar Taiwan em agosto, numa altura em que Taipé enfrenta crescente pressão por parte da China.

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O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse na quarta-feira achar que o Exército dos Estados Unidos considera “não ser boa ideia” a líder do Congresso do país, Nancy Pelosi, visitar Taiwan neste momento.

Os comentários de Biden surgem um dia depois de o ministério dos Negócios Estrangeiros da China ter advertido que o país vai adotar “medidas resolutas e fortes”, caso Pelosi visite a ilha, que é reivindicada por Pequim, apesar de funcionar como uma entidade política soberana.

Em conferência de imprensa, em resposta a uma pergunta sobre a viagem de Pelosi, Biden assumiu:

“Acho que os militares consideram que não é boa ideia neste momento. Mas não sei qual é a situação atual.”

O jornal "Financial Times" avançou, esta semana, que a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos irá visitar Taiwan, em agosto, numa altura em que Taipé enfrenta crescente pressão por parte da China.

A confirmar-se, seria a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano a Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para abril, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a Covid-19.

A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e que Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé.

O gabinete de Pelosi não negou nem confirmou a visita.

Visita "mina gravemente a soberania e integridade da China"

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijiang, disse que a viagem “minaria gravemente a soberania e a integridade territorial da China, teria grave impacto na base política da relação China-EUA e enviaria um sinal muito errado às forças independentistas de Taiwan”.

Os Estados Unidos têm umcompromisso de longa data com a política “uma só China”, que implica o reconhecimento de Pequim como o único governo da China, mas permite relações informais e laços de Defesa com Taipé.

Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente em 1949, assume-se como República da China, e funciona como uma entidade política soberana. No entanto, Pequim considera Taiwan uma província sua e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

Biden também disse que espera reunir por videoconferência com o Presidente chinês, Xi Jinping, nos próximos 10 dias.

Os assessores económicos e de segurança nacional de Biden estão a concluir uma revisão da política tarifária dos EUA e a elaborar recomendações para o Presidente.

O seu antecessor, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias punitivas sobre centenas de milhares de milhões de dólares de importações oriundas da China, visando reduzir o défice comercial norte-americano e forçar a China a adotar práticas comerciais mais justas.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, pediu a eliminação de algumas dessas taxas como forma de ajudar a combater a inflação nos Estados Unidos. Outros membros do governo Biden, incluindo a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, levantaram preocupações sobre a flexibilização das taxas, já que a China não cumpriu o compromisso de aumentar as importações de produtos dos EUA.

Biden evitou uma pergunta sobre o que terá a dizer a Xi sobre as taxas. “Vou-lhe dizer que tenha um bom dia”, respondeu o chefe de Estado norte-americano.

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