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Permanecem dúvidas sobre as intenções e contrapartidas da Rússia no acordo para exportar cereais

22 jul, 2022 - 19:12 • Pedro Mesquita com Redação

O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal pensa que a Ucrania só assinou este acordo por haver, alegadamente, uma grande pressão Ocidental. Mário Godinho de Matos não acredita que o acordo para exportação de cereais sirva de primeiro passo para um futuro acordo de paz.

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Está assinado por Moscovo e Kiev, em separado, o acordo para a exportação de cereais ucranianos, mas permanecem dúvidas sobre as verdadeiras intenções e contrapartidas da Rússia.

Em reação, à Renascença, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal admite que desconfia da vontade de Putin com este acordo.

"Isto não traz vantagens para a Ucrânia. A Rússia já confirmou durante todos estes anos de agressão que tudo o que faz não é caminh para paz", considera.

Pavlo Sadokha pensa, aliás, que a Ucrania só assinou este acordo por haver, alegadamente, uma grande pressão Ocidental.

Na Turquia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, comparou este acordo a um farol de esperança.

No entanto, o antigo embaixador Mário Godinho de Matos não acredita que o acordo para exportação de cereais sirva de primeiro passo para um futuro acordo de paz.

"Face à situação atual, é difícil de imaginar um acordo. É um gesto da Rússia para demonstrar abertura num setor sensível", analisa.

O diplomata questiona ainda quais são as contrapartidas que foram exigidas a Vladimir Putin, para se assinar este acordo.

Mário Godinho de Matos recorda que uma das condições impostas por Moscovo seria o levantamento "de todas as restrições aos cereais russos", o que, até agora, não foi anunciado.

"Vamos ver, porque tudo isto está muito nebuloso".

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