22 jul, 2022 - 10:08 • Redação com agências
A polícia militar brasileira avançou esta sexta-feira que uma operação contra o crime organizado executada ontem numa das maiores favelas do Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão, resultou em pelo menos 18 mortos, entre eles um agente da polícia, uma mulher de 50 anos e 16 homens.
Cerca de 400 membros das forças de elite das polícias militar e civil entraram com carros blindados e quatro helicópteros no Alemão, uma extensa área de favelas no norte do Rio, numa operação contra um alegado grupo criminoso dedicado ao roubo de bancos e veículos de carga.
Segundo a Defensoria Pública e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, citados pela AFP, o número de mortos ascende aos 20, incluindo o agente da polícia e a moradora de 50 anos.
A moradora já foi identificada como Letícia Marinho de Sales, com os seus familiares a acusarem a política de ser responsável pela sua morte, por terem aberto fogo contra o carro em que seguia com o companheiro, Denilson Glória.
Em conferência de imprensa, o coronel Rogério Lobasso, responsável da polícia militar na operação, rejeitou para já responsabilidades, dizendo que a morte "está sob investigação", porque ainda não se sabe "a dinâmica de como ocorreu".
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, já reagiu ao acontecimento, lamentando a morte do agente Bruno da Paula Costa, sem citar qualquer outra das vítimas.
"[O policial] foi vitimado por um confronto com bandidos", declarou numa transmissão ao vivo nas redes sociais, queixando-se das dificuldades judiciais enfrentadas para se executarem operações deste calibre em favelas.
Moradores do Complexo do Alemão denunciam um ataque desmesurado das forças de segurança que incluiu invasões de residências e que culminou na morte de pelo menos uma inocente.
A operação de quinta-feira no Alemão é a segunda ação policial altamente letal a ter lugar em favelas do Rio de Janeiro no espaço de dois meses, depois de uma operação em maio na Vila Cruzeiro ter resultado em 25 mortos.