27 jul, 2022 - 11:12 • Lusa
A multinacional Unigel lançou ontem “a primeira pedra” daquela que será a maior fábrica de hidrogénio verde do mundo, colocando o Brasil na vanguarda da produção industrial deste tipo de combustível limpo.
Com investimentos de cerca de 120 milhões de euros, previsto para entrar em funcionamento no final de 2023, mas utilizando as infraestruturas e logística existentes da empresa no polo petroquímico de Camaçari e no porto marítimo de Aratu, ambos no estado nordeste da Bahia, a fábrica produzirá 10 mil toneladas de hidrogénio verde e 60 mil toneladas de amoníaco “limpo” por ano.
Citado pela agência espanhola Efe, o presidente da Unigel adiantou:
"O nosso investimento é um investimento pioneiro e, com certeza, quando a fábrica começar com hidrogénio verde e amoníaco verde, será a maior do mundo e estaremos com o Brasil na vanguarda do desenvolvimento atendendo ao processo de ‘descarbonização’ no mundo.”
A segunda fase, com início em 2025, deverá quadruplicar a produção na área construída de 60.000 metros quadrados para atingir 40.000 toneladas por ano de hidrogénio verde e 240.000 toneladas de amoníaco “limpo”.
"É a energia do futuro e o mundo tem um desafio de como produzir mais energia limpa, que vem da energia solar e eólica. O Brasil tem uma oportunidade de ser fornecedor de energia limpa à escala industrial, com hidrogénio verde, para todo o mundo”, disse o ministro do Ambiente brasileiro, Joaquim Leite, na inauguração do projeto.
Para o ministro brasileiro, o hidrogénio verde reforça a “economia fértil, não só para reduzir a emissão de gases [com efeito de estufa] mas também para ser inovador”, com um potencial de 85% da matriz energética proveniente de fontes renováveis como a hídrica, eólica e solar.
Leite salientou aos jornalistas o potencial dos estados costeiros do nordeste brasileiro com sol, vento e “o mar sem tempestades”, condições que “tornam mais barata” a produção de energia a partir destas fontes renováveis.