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Bebés internados em bunkers na Ucrânia. "Imagine a tensão constante de viver assim"

25 jul, 2022 - 22:23 • Pedro Mesquita

O médico português Ricardo Baptista Leite está em missão humanitária na Ucrânia e para apoiar a campanha solidária para conseguir um gerador para o Hospital de Lviv.

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Cuidados intensivos neonatais do Hospital Regional de Lviv estão instalados num "bunker". Foto: Ricardo Baptista Leite
Cuidados intensivos neonatais do Hospital Regional de Lviv estão instalados num "bunker". Foto: Ricardo Baptista Leite

Bebés a nascer em bunkers e internados em abrigos anti-bomba. Este é o cenário testemunhado pelo médico português Ricardo Baptista Leite, que está em missão humanitária em Lviv, na Ucrânia.

Em declarações à Renascença, o também deputado do PSD relata uma situação de stress para os serviços de saúde e para os doentes.

“Os profissionais de saúde estão profundamente esgotados: uma pandemia somada a uma guerra que dura há cinco meses, podem imaginar”, relata Ricardo Baptista Leite.

Lviv acolhe grande parte dos refugiados internos da guerra na Ucrânia e os hospitais não têm mãos a medir face ao aumento da afluência de pacientes.

A situação é particularmente sensível no serviço de cuidados intensivos neonatais, que instalados num bunker para resistir a um eventual bombardeamento das forças armadas russas.

“Os cuidados intensivos neonatais, de bebés recém-nascidos estão, desde março, em bunkers anti-bombas subterrâneos, porque, embora existam outros bunkers para onde os doentes são deslocados sempre que as sirenes tocam em caso de ataque, no caso dos bebés recém-nascidos em cuidados intensivos não há possibilidade de deslocar o equipamento”, sublinha.

De acordo com o médico português, “todo o equipamento e todos os profissionais têm que estar permanentemente neste espaço subterrâneo sem luz natural”.

“Imagine a tensão constante de viver assim”, testemunha Ricardo Baptista Leite.

Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro, já nasceram sete bebés num bunker que serve de maternidade no Hospital Regional de Lviv.

O médico português está na Ucrânia no âmbito de uma missão humanitária e para apoiar a campanha de angariação de fundos da Fundação dos Ucranianos em Portugal.

O Hospital Regional de Lviv precisa de ajuda para manter a sua atividade. Um dos objetivos da campanha é conseguir gerador para a maternidade.


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