04 ago, 2022 - 18:17 • Rosário Silva
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou esta quinta-feira a detenção de quatro polícias, acusados da morte, em 2020, da afro-americana Breonna Taylor.
O tiroteio ocorreu, no leste de Louisville, no Kentucky, quando os agentes à paisana davam cumprimento a um mandado de busca.
A funcionária do hospital local, de 26 anos, que estava com o namorado, suspeito de tráfico de droga, foi baleada quando os polícias invadiram o seu apartamento pouco depois da meia-noite, num crime que chocou os norte-americanos e que fez de Taylor, mais um símbolo do movimento Black Lives Matter.
O procurador-geral, Merrick Garland, disse aos jornalistas que os agentes são acusados de crimes de direitos civis, abuso de força e obstrução.
Na altura, a justiça local acusou apenas um dos agentes e não pela morte da jovem, mas por ter "colocado em perigo" o seu vizinho. O polícia acabou por ser absolvido em março, o que suscitou uma onda de revolta junto dos ativistas antirracismo.
Garland anunciou esta quinta-feira as novas acusações, revelando que os agentes estão também acusados de terem falsificado o mandado de busca e, na verdade, não foram encontradas drogas no apartamento da jovem.
"Breonna Taylor ainda deveria estar viva", disse o procurador, numa conferência de imprensa.
Em 2020, a família Taylor processou a polícia de Louisville, tendo chegado a acordo quanto à indemnização no valor de 12 milhões de dólares.
Na reação à notícia sobre as novas acusações, os advogados da família afirmaram: "Hoje foi um enorme passo em direção à justiça".
A morte de Breonna Taylor, juntamente com a de dois homens negros, George Floyd no Minnesota e Ahmaud Arbery na Geórgia, provocou protestos antirracistas não só nos EUA mas também um pouco por todo o mundo.