04 ago, 2022 - 14:36 • Lusa
O ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, afirmou esta quinta-feira que se crê que mísseis balísticos disparados pela China tenham caído na zona económica exclusiva (ZEE) do Japão.
"Acredita-se que cinco dos nove mísseis balísticos lançados pela China tenham pousado na ZEE do Japão", afirmou aos jornalistas, numa altura em que a China realizava exercícios militares de grande escala nas águas ao torno de Taiwan.
O Japão "fez um protesto à China através de canais diplomáticos", revelou Kishi, apelidando o assunto de "um problema sério" que afeta a segurança nacional e dos cidadãos japoneses.
Partes da região insular mais ao sul do Japão, Okinawa, ficam perto de Taiwan.
Kishi disse que foi a primeira vez que mísseis balísticos chineses caíram na zona económica exclusiva do Japão.
A ZEE nipónica estende-se até 200 milhas náuticas da costa do Japão, além dos limites das suas águas territoriais.
O número de nove mísseis disparados foi uma avaliação por parte das autoridades japonesas, salientou Kishi.
As forças armadas chinesas dispararam esta quinta-feira "múltiplos mísseis balísticos" nas águas que circundam a ilha de Taiwan, disse o Ministério da Defesa de Taipei, condenando "ações irracionais que minam a paz regional".
"O Ministério da Defesa nacional declara que o Partido Comunista Chinês disparou vários mísseis balísticos 'Dongfeng' nas águas circundantes do nordeste e sudoeste de Taiwan às 13:56 [06:56 em Lisboa]", anunciou o ministério, em comunicado.
Os militares taiwaneses não adiantaram o local exato onde os mísseis caíram.
O Exército Popular de Libertação da República da China também confirmou o lançamento de mísseis, explicando ter-se tratado de "um ataque com mísseis convencionais multirregionais e de vários modelos em águas predeterminadas da parte leste da ilha de Taiwan".
Segundo adiantou um responsável, "todos os mísseis atingiram o alvo com precisão".
A televisão estatal chinesa, a CCTV, já tinha anunciado, hoje de manhã, que a China ia dar início a exercícios militares, com fogo real, nas imediações de Taiwan, acrescentando que a operação irá durar até domingo.
As manobras militares surgem em resposta à visita a Taiwan da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, vista pela China como uma grave provocação.
O Governo chinês respondeu nos últimos dias com sanções económicas a Taiwan.
Washington tem também um porta-aviões e outro equipamento naval na região.
O início das manobras militares da China levou o Ministério da Defesa de Taiwan a afirmar que se está a preparar para a guerra.
Pequim reclama a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.