04 ago, 2022 - 05:26 • Lusa
A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) apelou à calma no Estreito de Taiwan, aconselhando contra qualquer "ação provocatória" na sequência da visita a Taipé da líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Numa rara declaração sobre este tipo de questões, os ministros dos Negócios Estrangeiros das dez nações da ASEAN, reunidos em Phnom Penh, capital do Camboja, expressaram preocupação com a possibilidade da situação poder "desestabilizar a região e eventualmente levar a um erro de cálculo, a um confronto sério, a conflitos abertos e a consequências imprevisíveis entre grandes potências".
Nancy Pelosi é a mais importante responsável norte-americana a visitar a ilha em 25 anos.
A visita causou indignação junto do governo chinês, que respondeu nos últimos dias com sanções económicas a Taiwan, além da realização de exercícios militares com fogo real em seis zonas marítimas perto da ilha a partir de hoje, até domingo.
Washington tem também um porta-aviões e outro equipamento naval na região.
No comunicado da ASEAN, os ministros apelaram ainda à "máxima contenção" e a que os envolvidos "se abstenham de ações provocatórias".
"O mundo precisa urgentemente da sabedoria e responsabilidade de todos os líderes para defender o multilateralismo e a parceria, a cooperação, a coexistência pacífica e a competição saudável para os nossos objetivos comuns de paz, estabilidade, segurança e desenvolvimento inclusivo e sustentável", escreveram os chefes da diplomacia.
"Devemos agir em conjunto e a ASEAN está pronta a desempenhar um papel construtivo na facilitação do diálogo pacífico entre todas as partes", acrescentaram.
A ASEAN é constituída pelo Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar (antiga Birmânia), Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname.