06 ago, 2022 - 01:07 • André Rodrigues com agências
A Jihad Islâmica disparou mais de uma centena de rockets contra Israel, esta sexta-feira, como retaliação aos ataques aéreos israelitas que mataram, pelo menos, 10 pessoas em Gaza.
Ao cair da noite, as autoridades israelitas confirmaram que as sirenes soaram no centro e no sul do país.
Enquanto isso, as imagens das estações de televisão mostravam vídeos do que parecia serem rockets derrubados por sistemas de defesa aérea.
Em Telavive, o centro económico de Israel, várias testemunhas reportaram explosões, mas não houve relatos de sirenes.
A Jihad Islâmica, um grupo militante com ideologia semelhante ao Hamas, o movimento islâmico responsável por Gaza, revelou ter disparado mais de 100 rockets contra várias cidades israelitas, incluindo Telavive.
Nesta altura, não há, ainda, registo de vítimas do lado israelita.
Já do lado palestiniano, as autoridades de saúde de Gaza dão conta de pelo menos 10 pessoas, incluindo uma criança de cinco anos, foram mortas e 55 ficaram feridas nos ataques aéreos israelitas, que ocorreram após dias de escalada de tensões, após a prisão de um líder militante palestiniano.
Um porta-voz do governo de Telavive referiu que os ataques mataram o comandante da Jihad Islâmica, Tayseer al-Jaabari, e cerca de 15 operacionais.
Esta escalada de tensão ocorre pouco mais de um ano após um confronto de 11 dias entre Israel e o Hamas, em maio de 2021, que matou pelo menos 250 pessoas em Gaza e 13 em Israel.
Os Estados Unidos estão em contacto com israelitas, palestinianos e outros parceiros da região para fazer regressar a calma a Gaza, após a ofensiva de Israel contra a faixa, disse hoje um porta-voz da Casa Branca.
O objetivo é "alcançar a paz e a calma após os bombardeamentos", disse o coordenador de comunicação do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, em conferência de imprensa realizada por meios digitais.
"Pedimos a todas as partes para que evitem uma maior escalada [do conflito]. Mantemos o nosso compromisso inabalável para com a segurança de Israel e do mundo. Continuamos a trabalhar para fortalecer todos os aspetos da aliança EUA-Israel", afirmou o porta-voz.
Nesse sentido, expressou o "pleno apoio" dos EUA ao direito de Israel de defender-se de "grupos terroristas" que, recordou, têm ceifado vidas de "civis inocentes".
Kirby frisou que Washington continua comprometido com uma solução de dois Estados, um israelita e um palestiniano, e lembrou que essa foi uma das mensagens transmitidas pelo presidente Joe Biden no mês passado, durante a sua visita a Jerusalém e a Belém.
No entanto, advertiu que os EUA precisam de ver que ambas as partes estão comprometidas com essa solução para o conflito.