11 ago, 2022 - 00:02 • Lusa
O três vezes primeiro-ministro de Itália, Sílvio Berlusconi, prestes a cumprir 86 anos, terminou esta quarta-feira com as especulações sobre o seu futuro político, ao divulgar que vai concorrer ao Senado nas eleições legislativas de 25 de setembro.
O magnata dos 'media', atingido por vários escândalos, está fora do Parlamento italiano há quase 10 anos, mas foi eleito para o Parlamento Europeu em 2019, noticia a agência ANSA.
"Acho que vou ficar no Senado, desta forma vamos deixar toda a gente feliz", referiu Berlusconi.
Em 2013, Berlusconi foi expulso do Senado após a condenação por fraude fiscal no caso Mediaset.
O magnata, proprietário da maior rede de televisão comercial em Itália e do grupo de 'media' Mediaset, lidera o partido de centro-direita Força Itália (FI).
Na terça-feira, Berlusconi tinha referido que os seus apoiantes pediram que este avançasse.
Berlusconi já ocupou com larga margem o papel de líder do centro-direita em Itália, mas foi suplantado primeiro pelo ex-ministro do Interior anti-imigração e líder da Liga, de extrema-direita, Matteo Salvini.
Mais recentemente, é a líder pós-fascista dos Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, que parece ter conquistado um lugar na corrida para se tornar a primeira-ministra de Itália.
A FdI perfila-se para ser o partido mais votado dentro da aliança centro-direita (como a coligação se autodenomina), com 23,8% das intenções de voto esta quarta-feira, em comparação com 12,5% para a Liga e apenas 8% para a FI.
Salvini reiterou esta terça-feira que Meloni será primeira-ministra italiana caso o seu partido alcance mais um vot que a Liga.
Mario Draghi presidiu a uma coligação de unidade nacional nos últimos 17 meses, desde fevereiro de 2021, quando foi indicado para gerir a crise da pandemia de covid-19 e a recuperação económica do país, após a queda do seu antecessor, Giuseppe Conte, líder do M5S, que esteve na base da atual crise política.
A coligação foi apoiada por praticamente todos os partidos com assento parlamentar, da esquerda à extrema-direita, exceto pelo movimento de extrema-direita de Giorgia Meloni.
No passado dia 14 de julho, Draghi anunciou que não queria continuar a governar sem o apoio do M5S, quando este partido se absteve num primeiro voto de confiança.
Nessa altura, o Presidente italiano, Sergio Mattarella, rejeitou o pedido de renúncia e pediu a Draghi para tentar novas soluções políticas, com o devido apoio no parlamento.
Na semana seguinte, Mario Draghi venceu uma segunda moção de confiança, mas perdeu o apoio de três dos partidos que apoiavam a sua coligação - o M5S, o Força Itália e a Liga - o que justificou uma nova visita ao Presidente, para lhe reiterar o pedido de demissão, que foi aceite, levando à antecipação das eleições.