17 ago, 2022 - 14:07 • Rosário Silva , com agências
A China anunciou esta quarta-feira o envio de tropas chinesas para a Rússia, para participar em exercícios militares conjuntos, com a participação também da Índia, Bielorrússia, Mongólia, Tajiquistão e outros países.
A informação, veiculada pelo Ministério da Defesa da China, esclarece que os exercícios conjuntos não estão “relacionados com a atual situação internacional e regional" que se vive.
Em julho, Moscovo já tinha anunciado a intenção de realizar estes exercícios denominados "Vostok", entre 30 de agosto e 5 de setembro, independentemente dos gastos “dispendiosos que venha a travar na Ucrânia”.
O último destes exercícios decorreu em 2018, quando a China participou pela primeira vez. O país volta a participar nas manobras ao abrigo, sublinha, de “um acordo de cooperação bilateral anual”, estabelecido com a Rússia.
"O objetivo é aprofundar a cooperação prática e amigável com os exércitos dos países participantes, aumentar o nível de colaboração estratégica entre as partes participantes, e reforçar a capacidade de responder a várias ameaças à segurança", destaca o comunicado do ministério da Defesa da China.
Sendo ou não uma iniciativa que se realiza à margem da guerra com a Ucrânia, a verdade é que o Presidente chinês Xi Jinping e o seu homólogo russo Vladimir Putin têm vindo a aprofundar relações, aproximando Pequim de Moscovo.
Basta recordar que, pouco antes da invasão russa, a 24 de fevereiro, os dois governos anunciaram uma colaboração "sem limites", apesar de fontes norte-americanos garantirem não ter conhecimento que a China tenha escapado às sanções lideradas pelos Estados Unidos contra a Rússia ou fornecer-lhe equipamento militar.
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A realização destes exercícios militares acontece também numa altura em que as relações entre a América e a China chegaram a um ponto de forte tensão, provocado pela visita de Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a Taiwan.
Recorde-se que a China reclama Taiwan como parte do seu território, pese embora o Governo local, historicamente em oposição ao regime comunista, reclame a independência.
A visita de Pelosi foi, por isso, considerada uma provocação dos Estados Unidos, país que mantêm uma política de incerteza em relação à ilha, já que Washington não reconhece Taiwan como independente, mas, ao mesmo tempo, mantêm relações com o seu Governo.
Desde então, aviões e navios militares chineses têm feito uma série de exercícios militares em redor de Taiwan e com inúmeras invasões ao seu espaço aéreo.