21 ago, 2022 - 13:19 • Lusa
O ministro dos Transportes francês pondera limitar os voos de jatos privados e defende que a medida seja aplicada a nível europeu para que tenha mais impacto em termos ambientais e de poupança energética.
"Penso que precisamos de agir e regular os voos privados de jatos. Estão a tornar-se o símbolo de um esforço a duas velocidades", disse Clément Beaune numa declaração publicada pelo jornal Le Parisien.
O ministro explicou que pretende levantar esta questão após as férias de verão, quando o governo de Emmanuel Macron irá discutir o chamado "plano de sobriedade", que visa implementar as poupanças de energia exigidas pela União Europeia para lidar com a crise causada pela guerra na Ucrânia.
Beaune quer também levar a questão à discussão com os restantes ministros dos transportes da União Europeia, em outubro, defendendo que "a coisa mais eficaz a fazer é agir a nível europeu para ter as mesmas regras e mais impacto".
Um estudo de uma ONG revela que um décimo de todos os voos em França envolvem jatos privados e, nas últimas semanas, os relatos dos meios de comunicação social que monitorizam criticamente as viagens a jato exclusivas de milionários e celebridades têm vindo a ganhar muita atenção.
Segundo o 'Le Parisien', o ministro francês está a considerar diferentes medidas para desencorajar a utilização de tais voos, desde regulamentos que impõem restrições, a impostos com um efeito dissuasivo.
Os cenários incluem obrigar as empresas a tornar públicas as suas viagens aéreas privadas, ou um dispositivo para enquadrar a sua utilização e mesmo impedi-la quando existe uma alternativa com voos comerciais ou viagens de comboio.
Outra ideia seria integrar a aviação privada no sistema de quotas do futuro imposto sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) que está a ser concebido na UE.
Por detrás dos seus planos está também o desejo de não criar a impressão de que existem diferentes padrões quando se trata de exigir o aperto do cinto face a emergências climáticas e energéticas.