26 ago, 2022 - 16:06 • Lusa
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, disse esta sexta-feira que os militares do país estão a modificar os aviões de combate para poderem transportar armas nucleares, em resposta a “possíveis provocações do Ocidente”.
“Quero que o Ocidente compreenda que não haverá helicóptero ou avião para o salvar, se decidir agravar a situação”, ameaçou Lukashenko, um aliado convicto do Presidente russo, Vladimir Putin, no contexto da invasão russa da Ucrânia.
“Putin e eu falámos uma vez em São Petersburgo que remodelaríamos os nossos aviões Sukhoi para que pudessem transportar armas nucleares. Pensaram que estávamos a dizer disparates? Bem, agora está tudo pronto!”, acrescentou em declarações citadas pela agência espanhola Europa Press.
A Bielorrússia não é uma potência nuclear, de acordo com as análises da comunidade ocidental, pelo que o processo de incorporação de armas nucleares nos seus aviões deve começar a partir do arsenal russo.
Nestas declarações, recolhidas pela agência noticiosa oficial bielorrussa Belta, oPresidente bielorrusso não deu detalhes sobre como o trabalho pode ser feito ou está ser desenvolvido.
Em vez disso, Lukashenko referiu que ainda não percebe tensões na sua fronteira, por exemplo com a Polónia, aliada da Ucrânia no conflito.
“O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, pode ter enlouquecido, mas os militares não são estúpidos, entendem qual pode ser a resposta”, disse.
“Em todo o caso, as relações com a Bielorrússia não devem ser agravadas porque também significa agravar as relações com o Estado da União, que tem armas nucleares”, acrescentou Lukashenko em relação à entidade política que compõem a Rússia e a Bielorrússia.
“Se os problemas começarem, a Bielorrússia provavelmente sairá pior, mas a resposta será instantânea”, concluiu.