26 ago, 2022 - 15:57 • Lusa
O Governo defendeu esta sexta-feira ser necessário evitar os erros da resposta europeia à crises de 2008 e 2010, no âmbito da reforma da governação económica, pedindo a Bruxelas o aproveitamento dos mecanismos criados no âmbito da pandemia de covid-19.
“É essencial não repetir os erros da resposta europeia à crise financeira de 2008 e à crise das dívidas soberanas de 2010, o que apenas conduziu a uma maior fragmentação no seio da UE [União Europeia]”, lê-se no documento “As Prioridades de Portugal para o Programa de Trabalho da Comissão 2023”.
Portugal quer sejam aproveitados os instrumentos de resposta à pandemia de covid-19, que sublinhou terem permitido manter postos de trabalho e apoiar o relançamento da economia europeia.
Neste sentido, a União Europeia (UE) deve ter um “verdadeiro instrumento europeu de estabilização” para responder às crises.
Conforme sublinhou, a crise decorrente da guerra na Ucrânia confirma a necessidade da criação deste mecanismo.
“Este instrumento poderá inspirar-se, por exemplo, no SURE, que provou ter sido um elemento central na resposta à crise pandémica, mitigando o seu impacto económico e social”, apontou.
O SURE é um instrumento de apoio temporário para proteger postos de trabalho afetados pela pandemia, através de empréstimos da UE aos Estados-membros, num máximo total de 100.000 milhões de euros.
Por outro lado, o Governo sublinhou que a prosperidade depende da capacidade de investimento no futuro, “pelo que urge desbloquear o potencial de investimento da União”.
Neste âmbito, Portugal sugere a criação de um instrumento orçamental comum, assente em reformas, uma ideia que disse ter sido seguida, no geral, no ‘Next Generation EU’, pacote de recuperação económica europeia.